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Segundo episódio comprova que "Tá no Ar" veio para marcar época

Confira mais uma análise da coluna "Território da TV"


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Reprodução

Muitos programas ficam marcados por arrancadas iniciais surpreendentes, seja de público ou de crítica, e depois se perdem em meio ao vasto conteúdo que vai ao ar diariamente em nossa televisão. Não parece ser o caso do “Tá no Ar: a TV na TV”, que teve seu segundo episódio exibido nesta última quinta-feira (17).

Depois do fracasso de “O Dentista Mascarado” e de quadros sem sal no “Fantástico”, Marcelo Adnet voltou a conviver com a pressão de mostrar graça após a excelente recepção da estreia. E a missão dada foi cumprida. O humor sutil do segundo programa já ficou marcado logo em sua abertura, que contou com uma contagem de três segundos... Dom Pedro II, João Paulo II e Vasco da Gama, o navegador português que batiza a equipe vice-campeã carioca. Outro sinal de atualidade no roteiro foi a referência indireta ao ator Caio Castro quando citada a declaração dele sobre ler somente por obrigação.

No canal que promoveu o controverso debate entre Lula e Collor no segundo turno de 1989, chamou atenção também a paródia de um embate eleitoral nos tempos atuais. A disputa entre a Mãe Ruiva do Rolezinho e o Papai Noel de Araruama foi um dos melhores momentos do dia.

Em outra citação jornalística, a concorrência foi a premiada com o retorno do "Jardim Urgente", que seguiu mostrando os exageros típicos dos programas policiais de forma hilária.

Além do “Jardim”, outros quadros de sucesso do programa anterior foram revisitados, porém com uma linguagem mais compacta, como o "Doutor SUS" e o hit "Pesca Fatal".


Ou seja, o telespectador ganhou basicamente um programa novinho em folha, não somente nessas continuações diretas, mas também em quadros que parecem se complementar. Se a "Galinha Preta Pintadinha" rendeu boas gargalhadas, a vez foi da "Mesa Branca Redonda", que incluiu uma “(um)banda” dentre as atrações.

E é desse jeito engraçado e sem ser ofensivo que o humorístico parece estar prestes a escrever uma página na história do humor televisivo brasileiro caso siga o ritmo. Sem a rebeldia declarada de uma MTV ou vlog, mas muito menos parecendo com o estilo do gênero que nos acostumamos a ver na telinha da Globo, o programa constrói sua personalidade com o contraponto que poucos encontram entre o sarcasmo e a leveza.

Talvez nem todos entendam tudo que “tá no ar” durante a atração, mas os que resistem ao sono até meia-noite em troca dos econômicos cerca de 20 minutos reais de conteúdo, podem afirmar que se comprova que, como diria o pessoal do "Jardim Urgente", vale a pena focar no "Tá no Ar".

 

No NaTelinha, o colunista Lucas Félix irá mostrar um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira.

Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

 

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