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Enfoque NT: Após gastos irresponsáveis, a conta chegou na Record


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Divulgação

Desde 2004 com o slogan de “rumo à liderança”, a Record tem investido pesado para seu maior objetivo desde então: ultrapassar a Globo na audiência.

A emissora dos bispos levou a ideia a sério, e partiu rumo a contratações de autores, atores, redatores, equipe técnica, etc, que pudessem fazer bons produtos e concorrer com a emissora carioca. Dar uma nova cara à programação.

O primeiro investimento no setor, a novela “A Escrava Isaura”, trouxe a vice-liderança no horário (19h) e a esperança de um futuro promissor. A Record tinha o respaldo de sua maior cliente, a Igreja Universal do Reino de Deus, que compra a rodo seus horários nas madrugadas.

Silvio Santos disse em 2006 que a Record estava “investindo errado” e bufou para a concorrente. Pouco tempo depois, viu o SBT perder a vice-liderança de camarote após 25 anos no segundo lugar absoluto.

O tempo passou, a Record continuava a investir fortunas em novelas e jornalismo e outras contratações com cifras estratosféricas, como a de Gugu Liberato, em meados de 2009, oferecendo-lhe um salário de R$ 3 milhões mensais. A ideia era esvaziar o dia mais forte da concorrente e tirar o pupilo de Silvio Santos. Muitos o consideravam seu natural sucessor. O “Domingo Legal”, mesmo em meio a crise no SBT, sempre sobreviveu muito bem, sendo por vezes uma ilha na emissora.

A conta chegou. E agora a Record sofre as consequências de gastos irresponsáveis que culminaram em demissões em massa nos últimos tempos, que atingiram toda a rede.

A emissora dos bispos gastou um grande montante para que pudesse ultrapassar o SBT, e o fez com muita dificuldade, mesmo com o canal da Anhanguera dando seus deslizes, e outro grande montante para passar a Globo. Fato este que não aconteceu. Promessas não faltaram de que a Record, em 2013, seria a líder absoluta de audiência no país. Deu com os burros n’água.

Disputa nivelada

A tendência é que agora com essa crise aconteça o natural nivelamento da concorrência entre SBT e Record. Essa disputa acirrada acontece há alguns anos e vai permanecer assim. Não veremos mais aquela “líder absoluta do segundo lugar” como foi o SBT nos anos 80, 90 e começo dos 2000.

Gugu é o culpado?

Há poucos dias, houve uma notícia na imprensa de que o salário de Gugu pagaria 600 funcionários na emissora. Pagaria, mas é uma covardia jogar a responsabilidade da crise em cima dele. Gugu teve uma proposta irrecusável da Record há quatro anos, e como profissional que é, analisou e aceitou. Ele não tem nenhuma culpa dos devaneios de quem paga seu salário e da quantia que lhe foi oferecida.

Terceirização

A terceirização na programação da Record, que vêm sendo falada há algumas semanas, sempre funcionou muito bem na televisão estadunidense. A produtora Casablanca, que tem história na emissora, como a produção do fiasco “Metamorphoses”, é a mais cotada para assumir a realização de “O Melhor do Brasil”, “Legendários”, “O Aprendiz” e “O Programa do Gugu”.

Essa mudança vai ser no mínimo curiosa. A terceirização seria uma revolução (bem ou mal) e é curioso saber como o mercado e público vão reagir.

 

Qual sua opinião sobre a situação da Record? Opine no final da página.

Contatos do colunista: thiagoforato@natelinha.com.br - Twitter: @Forato_

 

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