“A gente cansou da história da princesa, e agora a gente quer a história da ama. E dar essa profundidade para essas pessoas que são tratadas no dia a dia como funções é essencial. A representação tem esse poder.”
Manuela DiasPublicado em 18/11/2024 às 13:17:00
Manuela Dias é a entrevistada desta terça-feira (11) do Provoca, programa comandado por Marcelo Tas e exibido às 22h na TV Cultura. Responsável pelo remake de Vale Tudo, que vai ao ar na Globo em 2025, a autora detalhou essa tarefa e apontou que há uma “revolução” na dramaturgia e na História, o que, segundo ela, exige mudanças na trama original – que fez grande sucesso entre 1988 e 1989.
“É preciso atualizar a novela Vale Tudo?”, pergunta Marcelo Tas, em trecho da entrevista divulgado à imprensa. Manuela Dias responde: “Muita coisa. Existe tipo uma revolução, mesmo, na dramaturgia e na própria história, com H maiúsculo, que a gente agora está muito em busca desse contraplano histórico”.
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“A gente cansou da história da princesa, e agora a gente quer a história da ama. E dar essa profundidade para essas pessoas que são tratadas no dia a dia como funções é essencial. A representação tem esse poder.”
Manuela Dias
A escritora tem as séries Ligações Perigosas (2016) e Justiça (2016) e a novela Amor de Mãe (2019) no currículo. “Muita gente consegue ver a babá que trabalha na própria casa quando consegue ver a Dona Lurdes”, disse, referindo-se à famosa personagem de Regina Casé. “Ninguém quer ser uma função”, pontuou.
Manuela também falou sobre a repercussão de uma entrevista recente. Muitos entenderam que a principal vilã de Vale Tudo viraria “boazinha” no remake. “Eu sou dramaturga, imagina se eu ia abrir mão de uma vilã como Odete Roitman?! Só se eu estivesse doida!”, cravou. O papel foi de Beatriz Segall (1926-2018) e agora caberá a Débora Bloch.
Na entrevista, Marcelo Tas começa a edição perguntando quem é ela e o que faz. "Eu acho que eu sou uma pessoa que acorda para mudar o mundo, todo dia", diz Manuela. "Caramba, que tarefa é essa, hein?", indaga o apresentador. "Dos meus jeitinhos, né?", explica a escritora.
"Porque eu acho que mudar o mundo é uma coisa grande e pontual ao mesmo tempo. Então acho que tem a ver desde um plástico que você deixa de usar até a forma como eu vou escrever, até a forma como eu me alimento, até a forma como eu me divirto."
Manuela Dias
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Em outro momento, ela responde à pergunta de um internauta sobre o fim da TV aberta. "Jamais. Há um tempo, com o boom dos streamings, ficou uma sensação de que a TV ia morrer, e agora a gente está vendo que não.”
“A maior audiência da televisão americana é o Super Bowl. Eles entregam uma vez por ano essa audiência, 30, 40 milhões, acho, de pessoas. A gente entrega isso no dia a dia [com as novelas brasileiras]. Todo dia é um Super Bowl!", compara.
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