Globo já fez remake de Vale Tudo para o exterior; e não deu certo
Versão teve vilã de Maria do Bairro como Raquel, veto às críticas sociais e outro assassino para Odete Roitman
Publicado em 18/10/2024 às 11:54,
atualizado em 18/10/2024 às 15:16
A Globo prepara para o ano que vem um remake de Vale Tudo, já acompanhado de imensa repercussão. O que muitos não sabem é que a novela, exibida entre 1988 e 1989 e considerada uma das melhores da TV brasileira, já teve uma segunda versão, produzida em 2002.
Com o título Vale Todo, foi a primeira tentativa da Globo de produzir uma novela exclusiva para o mercado internacional. Inédita no Brasil, a novela foi exibida na emissora Telemundo, voltada para a comunidade de latino-americanos que vivem nos Estados Unidos.
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A adaptação do texto original de Gilberto Braga (1945-2021), Aguinaldo Silva e Leonor Bassères (1926-2004) coube a Yves Dumont, que já havia feito novelas na Record e depois trabalharia no SBT. A direção, antes de Dennis Carvalho e Ricardo Waddington, ficou com Wolf Maya.
A história continuou sendo ambientada no Rio de Janeiro, onde também ocorreram as gravações, nos estúdios da Globo. Já o elenco foi formado por atores hispânicos, incluindo mexicanos, peruanos, argentinos, cubanos, colombianos e venezuelanos.
Galã na novela original, Antonio Fagundes fez uma participação especial com Salvador, pai da protagonista Raquel, defendida no remake por outra conhecida do público brasileiro: Itatí Cantoral, que interpretou a vilã Soraya Montenegro em Maria do Bairro (1995).
Remake de Vale Tudo para o exterior saiu do ar antes do previsto
Só que o projeto não deu certo e saiu do ar antes do previsto, com 100 capítulos. O objetivo era mantê-la com 150 se a novela alcançasse boa repercussão. A audiência ficou dentro dos padrões da Telemundo, mas pesquisas apontaram que o público rejeitou a história.
A audiência, mais conservadora, não gostou da trama em que uma filha prejudica a própria mãe, mote da relação entre Maria de Fátima (Gloria Pires/Ana Claudia Talancón) e Raquel (Regina Duarte/Itatí Cantoral). Os ex-casais moderninhos, que chegam a conviver na mesma casa, também causaram estranhamento.
O autor brasileiro Walther Negrão foi chamado para promover mudanças na trama. O veterano passou a atuar como supervisor de texto e identificou alguns problemas. Para ele, não deveria ter sido escolhida uma novela de “caráter tão brasileiro”.
“Além disso, uma trama falada em espanhol que se passa no cenário do Rio causa um certo distanciamento”, apontou Negrão em entrevista à Folha de S.Paulo. O novelista se distanciou do roteiro original, diminuindo a conotação política e as críticas sociais.
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AcesseOdete Roitman mudou de nome e de assassino
Um grande mistério domina a reta final de Vale Tudo: quem matou Odete Roitman? A vilã eternizada por Beatriz Segall (1926-2018) mudou de nome na versão hispânica: passou a se chamar Lucrécia Roitman (Zully Montero). O assassino da megera também foi outro.
No Brasil, Leila (Cássia Kis) mata Odete por engano. Ela descobre o envolvimento do marido, Marco Aurélio (Reginaldo Faria), com Maria de Fátima, surpreende o marido em um encontro misterioso, atira sem ver e acaba matando a milionária sem querer.
Em Vale Todo, o assassino de Lucrécia Roitman foi o mordomo Eugênio (Sérgio Mamberti/Julio Rodríguez). Ele se vinga das maldades que a vilã fez contra a filha dela, Helena (Renata Sorrah/Alejandra Borrero), adorada pelo serviçal.
Com o fracasso do projeto, Globo e Telemundo desistiram de produzir outros remakes cogitados na época. A parceria foi firmada em projetos pontuais: O Clone (2001) virou El Clon em 2010, enquanto Fina Estampa (2011) chegou ao exterior como Marido en Alquiler, em 2013.
Em 2025, a Globo levará ao ar às 21h o remake brasileiro de Vale Tudo, escrito por Manuela Dias, com direção artística de Paulo Silvestrini. O elenco tem Taís Araujo (Raquel), Renato Góes (Ivan), Bella Campos (Maria de Fátima), Cauã Reymond (César), Débora Bloch (Odete Roitman), entre outros. Saiba mais:
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