Record anuncia demissões, gera temor e negocia para evitar greve

Depois de um 2023 repleto de demissões e marcado pela cautela de agentes importantes do mercado publicitário, as emissoras de TV se preparam para um cenário nada animador em 2024. Data hoje, os sinais emitidos nos bastidores da Record sugerem mais cortes.  

O NaTelinha apurou que a emissora se prepara para dispensar pelo menos 32 funcionários ainda na primeira quinzena de janeiro. Os alvos são profissionais das mais diferentes áreas, inclusive gente do vídeo, com mais tempo de casa e salários altos.

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O canal de Edir Macedo, inclusive, já se antecipou ao barulho que os cortes provocarão na imprensa e procurou o Sindicato dos Radialistas de São Paulo para negociar um acordo para evitar a greve da categoria. A medida ocorreu após a Record ser acionada pela associação na Justiça ao promover uma demissão em massa em julho do ano passado. Na época, a rede realizou baixas sem sentar com representantes do sindicato. 

Agora, em razão do termo de conduta assinado no acordo feito em 2022, a Record se antecipou à associação e enviou um ofício comunicando as dispensas. A emissora, que marcou uma reunião para tratar da negociação prévia sobre os desligamentos, evita se referir ao movimento como outro passaralho. Nos bastidores, a reportagem apurou que o clima entre os funcionários é pesado pela insegurança para 2024.

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As medidas de enxugamento de custos são motivadas pelo prejuízo na casa do milhão que o Grupo Record alcançou em 2022. Conforme noticiou o NaTelinha com exclusividade em maio deste ano, o rombo foi de R$ 547,9 milhões. Foi a primeira vez que a operação da emissora ficou no vermelho nos últimos três anos.

Em 2021, o canal teve lucro de R$ 130,503 milhões; em 2020, de R$ 143,678 milhões; e em 2019, de R$ 50,4 milhões. O prejuízo de 2022 ocorreu mesmo com um aporte não especificado de R$ 3,1 bilhões que foi descrito no balanço como "operações de intermediações financeiras".

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Negociação com artistas e economia com produtoras

A política de redução de custos da Record não é um movimento isolado no mercado. O canal tem seguido o movimento de outras emissoras e demitido profissionais mais antigos, em razão dos altos salários, quando não consegue negociar uma redução.

Alguns apresentadores estão em negociação para a redução dos seus salários, assunto que tem provocado rumores nos bastidores. Insatisfeito com as novas cifras propostas e com uma oferta do SBT em mãos, César Filho resolveu não continuar na Barra Funda e anunciou que não renovará o contrato que vence no próximo dia 31.

Além dos contratos, a Record também correu para enxugar os custos de sua dramaturgia. O antigo RecNov, hoje arrendado e batizado de Casablanca Estúdios, passou por uma mudança recentemente. A produtora Místika assumiu a pós-produção, retirando a responsabilidade da Casablanca, que responderá pela parte de operações, efeitos especiais, computação gráfica e produção virtual. Místika e Casablanca atuam em conjunto com a Seriella, produtora que tem a Igreja Universal do Reino de Deus como sócia e familiares do bispo Edir Macedo como seus administradores.

Procurada pela reportagem para comentar os cortes que ocorrerão em janeiro de 2024, a Record ainda não se manifestou sobre o assunto. Caso o faça, o texto será atualizado com a versão do canal.