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Zeca Camargo fala de saída da Band, diz que quer trabalhar com Boninho e analisa crise da TV

Aos 61 anos, o apresentador também surpreendeu ao fazer planos de aposentadoria


Zeca Camargo
Zeca Camargo saiu da Band em 2024 - Foto: Divulgação/Band

Fora da Band desde junho de 2024, após uma parceria que durou quatro anos, e hoje contratado da Times Brasil CNBC, Zeca Camargo admitiu que ainda não entendeu o motivo de sua saída do canal da família Saad.

"Saí da Band em junho, não houve renovação do contrato. O programa [Melhor da Noite] diminuiu, foi para outro horário... Não sei exatamente o que aconteceu, até hoje não entendi a minha saída de lá. Me vi, de repente, com agenda super livre, que comecei a aproveitar. Fui para Paris e fiz uma série. Depois voltei a fazer uma campanha da Visa sobre viagens durante as Olimpíadas, que já tinha feito no ano passado. Isso chamou a atenção do Douglas [Tavolaro], e o convite chegou. Uma coisa levou a outra", disse o jornalista em entrevista à revista Veja.

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Zeca Camargo negou que tenha medo de se arriscar no novo. "Se tivesse, não teria saído lá atrás para entrar na MTV. Você pode imaginar que doideira que era em 1990. Brinco sempre que deram a chave para um monte de moleque fazer uma TV ali. Quando fui para a TV Globo fiquei muito inseguro, porque falava com o Brasil todo, não falava com um segmento especificamente, mas com todos. Eu tinha mesmo frio na barriga. Sempre há insegurança, mas faz parte do que a gente está fazendo", lembrou.

O apresentador também analisou o atual momento da Globo, com a saída de muitos talentos, inclusive Boninho. "Está em uma encruzilhada. A TV aberta tem que se perguntar para onde ela vai. Porém, não acho uma coisa ruim, pelo contrário. É inevitável uma transição, a televisão é dinâmica. Conheço o Boninho com uma certa intimidade, é uma pessoa incrível. Por isso, não me assustou nem um pouco ele ter saído. É um cara inquieto e criativo. É o melhor diretor com quem trabalhei, e o pior também. Porque é maluco", afirmou.

"Acho que [a saída] é uma prova de coragem. Não conversei com ele, mas saiu para inventar outra coisa. E se alguém tem cacife para inventar alguma coisa, esse alguém é o Boninho. Ele é meu parceiro, mas nem sei o que está bolando. Mas gostaria de trabalhar com ele de novo", admitiu.

O ex-global revelou que ainda assiste ao Fantástico, do qual fez parte por mais de 17 anos. "Assisto, mas não direto. Hoje é um desafio ver ao vivo, porque boa parte das pessoas vê como quer: no canal da televisão, YouTube, Instagram... O TikTok do Fantástico é ótimo, dá uma noção do que teve no programa", sugeriu.

"Eu acho engraçado a questão de que a audiência caiu. Me assusta a própria imprensa cobrar, quando sabe que a audiência hoje em dia é pulverizada. Ninguém, nem o órgão de aferição, descobriu ainda o quanto que a audiência é além do número da máquina. Isso agora é um dos registros. Os programas repercutem complementarmente nas redes sociais. As novelas já descobriram isso. Em Mania de Você [novela das 9], você vê claramente momentos 'instagramáveis', feitos sob encomenda para a internet. E isso acho uma atitude inteligente. A televisão, que depende desses números para a área comercial, já está vendo que vale a pena mostrar os números da rede social", comentou Zeca Camargo.

Zeca Camargo fala sobre viagens e planos para o futuro

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No papo, Zeca Camargo também falou do prazer em viajar e dos planos para o futuro. "É o que gosto de fazer. Isso é o que faço nas redes sociais. Recentemente, fiz uma minissérie no Instagram no Norte e Nordeste. A minha aposentadoria será viajando e estou perto disso. Ainda tenho um gás, mais cinco anos, mas estou chegando lá e depois só vou querer viajar sem compromisso", contou o famoso, que está com 61 anos.

"Foram 117 países [visitados]. Todo ano ia para quatro países, mas veio a pandemia e mudou. Um dos planos para 2025, até por conta do Passaporte [programa que apresenta na Times Brasil CNBC], é me organizar para fazer três viagens por ano para conhecer novos territórios", adiantou.

"Quero muito ir ao Congo, quero conhecer os gorilas do Congo. É projeto antigo. Gostaria de ir ao Irã, mas agora está fora de questão. Tentei nos anos 2000, mas já estava complicado. É destino dos sonhos. E também gostaria de ir para um lugar exótico, o Taiti. E tem lugares no Brasil que nunca fui e tenho vontade. Só esse ano fui cinco vezes para Belém, mas não conheço Fernando de Noronha. Quem sabe em 2025?", comentou.

"As pessoas ficam horrorizadas, mas tenho 61 anos. Sou novo, tenho gás, mas é impossível na minha idade não pensar nisso, em puxar o freio de mão para aproveitar um pouco. Quando falo em descansar, é ir para Veneza e ficar de olho na gôndola e não no celular para fazer conteúdo. É essa aposentadoria que eu quero", revelou.

Zeca Camargo ainda falou da vida reservada que leva. "É a parte menos interessante da minha vida. Tem tanta coisa que faço que é mais interessante, que isso acaba acontecendo. Entendo que rede social é muito em cima disso, mas raramente você me vê nas redes sociais com amigos, minha família ou coisa assim. É um jogo complicado. Quando tem algum relacionamento, mesmo que seja com amigos, acho traição expor. Sou uma pessoa pública, não os meus relacionamentos, não os meus amigos", afirmou.

"Quando tinha 40 anos, eu falava que era hora de ter filho, mas se tivesse hoje, me parece um projeto de vaidade. Mesmo com os avanços da ciência, por quanto tempo aproveitaria esse filho ou essa filha? Essa paternidade acaba vindo de outras maneiras. Tenho sobrinhos, posso focar nas crianças do mesmo jeito. Adoro criança, sou Papai Noel todo ano em uma creche no Rio e isso me emociona. É um jeito, talvez, de viver a paternidade", disse.

"Estou com três projetos agora: dois livros e um texto para teatro. Fiz a biografia da Elza Soares, que é uma das coisas que mais me orgulho de ter feito, e, durante a pandemia, fiz um livro de contos que refletem aquilo que estávamos vivendo. Quando não estou viajando, estou escrevendo. Agora estou escrevendo um livro e uma peça de teatro sobre velhice. Estou olhando para os pais. Na minha geração, os pais já estão indo embora. E eu preciso estar preparado para isso", refletiu.

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