Revolta

Jornalista da Globo chora ao vivo: "Não consigo desejar bom dia"

Aline Aguiar, da Globo Minas, se comoveu ao relatar casos de feminicídio nesta sexta-feira (5)

"Mortes de pessoas do mesmo gênero e com muita violência”, definiu Aline Aguiar no MG1 - Foto: Reprodução/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 05/08/2022 às 12:45:00,
atualizado em 05/08/2022 às 12:53:26

A apresentadora Aline Aguiar, do MG1, telejornal local da Globo em Minas Gerais, se comoveu ao noticiar um caso de feminicídio nesta sexta-feira (5). O fato surgiu na mesma semana do Caso Bárbara, sobre uma menina foi encontrada morta em Belo Horizonte. "Não consigo desejar bom dia", disse a jornalista, que chorou ao vivo no final da edição.

“Começamos a semana falando do assassinato de uma menina de 10 anos e estamos terminando a semana falando da morte de uma mulher de 25 anos. Duas coisas em comum: são mortes de pessoas do mesmo gênero e com muita violência”, iniciou Aline Aguiar no MG1, que vai ao ar no início da tarde na Globo Minas.

Ao chamar a repórter Raquel Freitas, Aline arrematou, com voz embargada: “Não consigo te desejar bom dia numa semana tão difícil como esta”. A âncora se referia ao assassinato de Emilly Luisa Fernandes, na região do Barreiro, dois dias após o pedido de uma medida protetiva contra o ex-namorado Thales Thomas do Vale, que a matou a facadas e foi preso.

Na segunda-feira (1º), o caso da menina Bárbara Victória Vitalino Rodrigues, de 10 anos de idade, encontrada morta após dois dias desaparecida, causou repercussão em todo o país. “A gente encerra a semana sem motivo algum para desejar bom dia. Mais uma mulher que morre pelo simples fato de ser mulher”, concordou Raquel Freitas.

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“A cada morte de uma mulher, nos sentimos mais vulneráveis”, disse Aline Aguiar no MG1

Após as informações sobre o caso, a repórter finalizou: “Mais um feminicídio, mais uma mulher morta pela simples condição de ser mulher. A gente se pergunta: até quando mulheres vão ser mortas porque não quiseram seguir adiante com uma história que seria de amor? Todas nós, de todas as idades, estamos à mercê disso”.

Aline seguiu comovida com os casos: “E a cada morte de uma mulher, nós também sentimos muito e nos sentimos mais vulneráveis”. Em seguida, ela anunciou que a mesma edição do telejornal ainda noticiaria o caso de uma mulher encontrada morta, com um tiro na cabeça, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte.

Grávida, a jornalista chorou ao final da edição do jornal em diálogo com Sérgio Marques: "Estou carregando um menininho aqui no meu ventre. Vou me esforçar muito para criar um menino que respeite as mulheres. Enxergo que esse vai ser o meu papel como cidadã para mudar essa realidade".

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