Publicado em 05/08/2022 às 04:57:00, atualizado em 05/08/2022 às 08:16:54
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Atualmente fazendo sucesso nos finais de semana da RedeTV! com o Operação de Risco, Jorge Lordello começou na televisão peregrinando entre os programas da Globo. Depois do lançamento do livro Como Conviver com a Violência em 1998, era chamado rotineiramente para dar dicas de seguranças em telejornais e outros programas. Cerca de um ano depois, Chico Pinheiro o convidou para fazer parte de uma atração que substituiria Malhação (1995-2020) nos finais de tarde da emissora. "Ele teria quatro blocos de 15 minutos, e cada bloco falaria sobre um tema diferente, factual. E um dos temas seria policial", revela ele em entrevista ao NaTelinha.
O contato começou através de uma coincidência, já que Lordello namorava uma mulher que residia no mesmo prédio de Chico e Carla Vilhena. Figurinha conhecida em função da obra lançada alguns meses antes, foi rapidamente lembrado pela Globo, que cogitava extinguir Malhação. "Eles entendiam que a novela estava no final de ciclo. E a diretoria resolveu fazer um programa para ser avaliado e eles estavam estudando se era final de ciclo mesmo ou não. E se chegassem a essa conclusão, teriam um programa para colocar", recorda.
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"Me foi passado o seguinte. 'Vamos fazer, para um programa no horário da Malhação'. Eles queriam um programa jornalístico popular para esse horário. Iam fazer esse programa diário, em formato de temas. E um quarto ia ser policial."
Jorge Lordello recordando atração que iria ao ar nos finais de tarde da Globo em 1999
A atração teria o comando de Chico Pinheiro, mas acabou não indo adiante. "O pessoal gostou do programa, mas acharam que Malhação ainda tinha lenha para queimar", diz Lordello. De fato: a novela duraria mais de duas décadas. Sua produção foi interrompida em meio à pandemia de Covid-19, em março de 2020, mas ainda teve duas temporadas reprisadas, até o início deste ano.
Programa com Lordello teve piloto com Zezé Di Camargo e Salgadinho
De acordo com o atual comandante do Operação de Risco, a Globo gravou o piloto realmente "à vera". "Naquela época, o irmão do Zezé Di Camargo e Luciano foi sequestrado. E ele foi solto no dia 22 de março de 1999. Ele ficou 94 dias de cativeiro. E no mesmo mês de março, a mãe do cantor Salgadinho foi sequestrada. Ela aproveitou um descuido da pessoa que tomava conta dela, e conseguiu pular, fugindo. Ela foi sequestrada dia 9 de março de 1999 e fugiu do cativeiro em 14 de março 1999", precisa ele.
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Com dois casos que ganharam as manchetes em todo o país, o programa contou com pilotos como se realmente fossem para o ar. Lordello acredita que uma atração nesses moldes teria espaço em qualquer emissora, sobretudo quando a proposta é se aprofundar nos fatos. "A informação ficou banalizada. Se acontece um fato gravíssimo nesse exato momento, essas imagens são proliferadas no WhatsApp antes de um programa na TV entrar no ar", compara.
"Somente dar a notícia é redundante, porque você já tem na palma da mão. E as pessoas leem a capa, olham lá e já sabem. A notícia, todos os canais têm igual, mas o aprofundamento é com o especialista."
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Para ele, a segurança era um tema sem relevância na TV. "Havia preconceito. Só que esse preconceito foi varrido e hoje esse mesmo tema tem a mesma relevância que todos os outros. Então você pega hoje, tem o Fantástico que tem um quadro só com crimes. Eles têm uma investigação grande e se aconteceu algum crime que não tenha investigação, mas é um crime violento, fazem uma pauta analisando aquele crime."
O começo de Jorge Lordello na TV
Operação de Risco tem edições inéditas aos sábados - Foto: Divulgação/RedeTV!
Há 24 anos, com o lançamento do seu livro na Bienal, Lordello passou a virar presença frequente na TV. E não parou desde então. Sua primeira participação aconteceu no SPTV 1ª Edição, quando o noticiário era apresentado por Chico Pinheiro e Mariana Godoy. "Saindo de lá, meu telefone não parava de tocar. A partir daí, quando aconteciam algum crime, me chamavam. Eu percebia que as pessoas me ligavam para explicar o crime, se poderia ser evitado. Aquilo começou a virar uma rotina na minha vida", diz.
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Em um dado casos, relembra um Globo Repórter que gravou com Luiz Carlos Azenha. "Estava uma onda de assaltos no trânsito. E eu mostrei técnicas que você não é assaltada no trânsito", conta ele, que foi dirigindo pelas ruas do Rio de Janeiro e explicando técnicas que podem evitar um assalto.
Depois do caso Isabella Nardoni, em 2008, que classifica como um "divisor de águas", Lordello se consolidou como autoridade no assunto segurança pública na televisão. Sempre convidado para destrinchar crimes por atrações como o A Tarde é Sua, RedeTV! News e Superpop, o apresentador acabou sendo efetivado no Operação de Risco em 2014 e atualmente é uma das maiores audiências da emissora.
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