Publicado em 02/07/2022 às 10:07:00
Em 1º de julho de 2002, a TV Cultura levava ao ar o primeiro episódio da série Ilha Rá-Tim-Bum, que ficou cerca de cinco anos na gaveta desde sua concepção até finalmente estrear. A produção seria o grande cartaz da emissora da Fundação Padre Anchieta desde o Castelo Rá-Tim-Bum (1994), mas sofreu com adiamentos em função da falta de verba desde 1998 e com mudanças na equipe de produção.
Na realidade, em junho de 1995, quando Jorge da Cunha Lima assumiu da presidência da Fundação Padre Anchieta, ele anunciou uma versão rural do Castelo, e se já falava numa possível parceria com o Sesi. Em dezembro de 1997, a TV Cultura e a Fiesp assinaram um contrato de convênio para a produção do ainda Fazenda Rá-Tim-Bum, rebatizado como Ilha em junho de 98.
Os trabalhos começaram em junho de 1998, época de Copa do Mundo. A ideia era comemorar os 30 anos da emissora com uma programação especial. No final das contas, deu certo, ainda que com certo atraso. O infantil que marcou toda uma geração teve patrocínio da Fundação Bradesco e orçamento de R$ 10 milhões distribuídos em 52 episódios de meia hora.
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Flávio Souza quis que a Ilha funcionasse como uma minissérie, sempre com começo, meio e fim. "É um seriado de aventura. Me inspirei em livros como A Ilha do Tesouro e O Conde de Monte Cristo. Além disso, a cada capítulo, um deles fica em perigo, e os outros têm de salvá-lo. A ideia é mostrar a importância da solidariedade, ensinar que, para resolver um problema, todos precisam se ajudar", disse ele em entrevista concedida à Folha de S. Paulo em junho de 2002.
A série contava a jornada de cinco crianças, com idades entre 7 e 17 anos de idade. Depois de um naufrágio, elas vão parar na ilha do título. Lá, encontram seres fantásticos, como Solek, um lagarto falante.
Ilha Rá-Tim-Bum teve nomes como Paulo Nigro, Greta Antoine, Thuanny Costa, Rafael Formenton, Abayomi de Oliveira, Graziella Moretto, Ernani Morais, Ângela Dip, Liliana Castro, Luciano Gatti, Luiz de Abreu, Henrique Stroeter e Keila Bueno no elenco. Não demorou para que a produção caísse no gosto do público.
Em poucos dias, o programa já registrava cerca de 4 pontos no Ibope na Grande SP, um dos maiores sucessos da TV Cultura e que assim como outros programas da casa, ficou por anos a fio no ar em um looping de reprises.
A série (ou minissérie) se transformou em filme no ano de 2003 e foi produzido com apenas R$ 2,5 milhões. Castelo Rá-Tim-Bum, para se ter noção, foi orçado em R$ 7,5 milhões em 1999.
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