Publicado em 27/04/2022 às 11:20:04,
atualizado em 27/04/2022 às 14:02:27
A Record fingiu que o Carnaval 2022 na avenida não existiu. As campeãs, Grande Rio no Rio de Janeiro e Mancha Verde em São Paulo, não tiveram espaço nos telejornais da casa nessa terça-feira (26). O motivo teria sido religioso, já que a emissora é comandada pela Igreja Universal do Reino de Deus e viu Exu, do Candomblé, conquistar o título na capital fluminense.
Durante os noticiários como o Cidade Alerta e Jornal da Record, a Grande Rio e a Mancha Verde foram sumariamente ignoradas. O canal de Edir Macedo apenas citou nos últimos dias que houve um acidente no "Carnaval fora de época" e que culminou na morte de uma menina de 11 anos em um carro abre-alas. Ela ficou imprensada entre um posto e a alegria da escola, perdendo a perna direita durante uma complexa cirurgia.
Como a Grande Rio venceu celebrando Exu, uma das entidades mais adoradas das religiões de matriz africana, a Record teria optado por não noticiar. Como não falaria do Carnaval no Rio de Janeiro, escolheu também não falar da folia paulista que teve a Mancha Verde como campeã, com o tema Planeta Água, para não gerar comparativos.
Procurada para comentar a razão da omissão dos fatos mais importante do dia em seus principais telejornais, a Record não se manifestou até o fechamento desta matéria. Caso o faça, ela será atualizada.
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Desde 1989, a Record é de propriedade de Edir Macedo, fundador da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus). Ainda que a igreja tenha se mantido "longe" das decisões da emissora durante seu auge, entre 2004 e 2015, ela voltou a atuar forte nos bastidores desde a explosão das novelas bíblicas, especialmente em Os Dez Mandamentos (2015), quando a filha de Edir Macedo passou a interferir nos textos da trama e a titular, Vivian de Oliveira, passou a ficar insatisfeita. Ela deixou a casa em 2018.
A emissora era propriedade de Silvio Santos e Paulo Machado de Carvalho. Cada um detinha 50% das ações. A formalização da venda ocorreu apenas em abril de 1990. Parte dessa história é retratada no filme Nada a Perder (2018).
Devido a inúmeras burocracias no Congresso Nacional, a concessão da Record só foi transferida à Macedo em fevereiro de 1994, há 28 anos.
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