Publicado em 24/03/2022 às 15:09:48,
atualizado em 24/03/2022 às 16:07:48
É o fim de uma era! Galvão Bueno deixará as narrações de jogos na TV aberta após a Copa do Mundo. O jornalista, que se despede hoje do Maracanã com a disputa entre Brasil e Chile, pelas Eliminatórias, falou ao jornal O Globo sobre os planos para o futuro. "Eu tenho contrato com a Globo até o fim do ano. E a gente resolveu que iríamos investir muito na minha participação na Olimpíada e, esse ano, seria seleção brasileira e Copa do Mundo. E estamos conversando para ver o que será depois do dia 18 de dezembro, que é o dia da final. Espero estar com saúde para estar lá", adiantou.
Com 41 anos de Globo, Galvão espera migrar cada vez mais para as plataformas digitais. "Temos até lá para resolver o que vai acontecer. Eu diria que hoje tenho uma consciência de que seria minha última Copa do Mundo narrando em TV. Tudo tem seu tempo. Ao mesmo tempo, que termina o contrato para essa minha sequência de 41 anos na Globo, com trabalho do dia a dia, programa, narração de jogos, com essas coisas, a tendência nessa conversa é que isso pare depois da Copa do Mundo. Mas estamos negociando outras coisas. Outros caminhos. E, muito provavelmente, muita coisa nesse mundo digital e outras plataformas dentro do Grupo Globo. A Globo é minha casa", diz ele, que ainda dá outros detalhes sobre seus próximos passos.
"Globo é minha casa. Então, a nossa conversa nesse momento é: o que irá acontecer, como deixaremos as portas abertas e que porta será utilizada depois do dia 18 de dezembro. É impossível você dizer no mundo “não, nunca mais”. A vida me ensinou isso. Mas neste momento eu diria, narração em TV aberta, não mais", afirma.
Narrador número um da Globo, Galvão Bueno ingressou na emissora em 1981, tendo participado de todas as grandes coberturas esportivas desde então. Nas 10 Copas do Mundo, um dos momentos mais marcantes foi no Mundial dos Estados Unidos, em 1994, quando o jornalista viu o pênalti de Roberto Baggio bater no travessão de Taffarel e gritou abraçado a Pelé: "É tetra, é tetra".
Além dos gramados, Galvão Bueno marcou época nas pistas. A estreia na Fórmula 1 foi no Grande Prêmio da África do Sul, em 1982. Foram dele as narrações dos três títulos de Ayrton Senna, de quem se tornou um amigo pessoal.
Outro amigo pessoal, o cantor Roberto Carlos, com quem Galvão vem conversando desde o início da pandemia, ajuda o narrador a resumir esse momento. "É como o Roberto fala: 'se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi'".
Em nota, a Globo se posicionou sobre o assunto. Confira:
A história do Galvão Bueno se mistura à própria história do esporte brasileiro. Nenhum outro narrador esteve tão presente nas principais conquistas do esporte brasileiro quanto Galvão Bueno nos últimos 41 anos. Foi através da voz dele que acompanhamos os momentos mais importantes dos nossos atletas, nos emocionamos com conquistas, choramos juntos perdas dramáticas, celebramos as mensagens de esperança e superação que o esporte traz. Todo mundo lembra onde estava quando ele gritava “é tetra”, abraçado a Pelé. Ou quando Galvão, assustado, narrava o acidente em Imola que levou um dos maiores ídolos brasileiros de todos os tempos, Ayrton Senna.
É um privilégio para a Globo contar com o talento, o carisma e a dedicação desse gigante do jornalismo esportivo brasileiro por mais de 40 anos. Um legado que fica para o jornalismo esportivo. A emoção no lugar mais alto do pódio.
O vínculo fixo de Galvão com a Globo se encerra no fim do ano, após a transmissão da Copa do Mundo do Catar. Será um ano intenso, de muitos desafios, realizações e, certamente, de muita emoção. “Galvão é um gênio da comunicação, que reinventou a função de um narrador nas transmissões esportivas. Haverá pra sempre na história da TV brasileira o antes e o depois de Galvão. Juntos, estamos preparando uma despedida à altura da história dele na Copa do Catar. Será inesquecível para o Galvão e para o público”, afirma Renato Ribeiro, Diretor do Esporte da Globo.
“Eu me realizei como profissional nesses 41 anos na Globo. Foram emoções fortíssimas. Estarei com a seleção brasileira e com o futebol até o dia 18 de dezembro. Depois, vira-se uma página e o livro continua. Pretendo mergulhar de cabeça no mundo digital, estamos falando sobre possibilidades em outras plataformas. A Globo é minha casa”, declara Galvão Bueno.
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