Publicado em 02/08/2021 às 15:15:13
A Jovem Pan divulgou um editorial em sua programação nesta segunda-feira (2) se posicionando de forma crítica ao pedido de quebra do sigilo bancário da emissora de rádio encaminhado pelo senador Renan Calheiros à CPI da Covid-19. Joseval Peixoto foi quem leu o comunicado do canal e afirmou que a ação do parlamentar não irá intimidar a empresa, que continuará lutando pela liberdade de expressão.
“Sobre pedido da quebra de sigilo bancário encaminhado pelo senador Renan Calheiros à CPI da Covid. A Jovem Pan vem a público prestar os seguintes esclarecimentos: pedidos do gênero são injustificáveis. Os balanços da Jovem Pan são publicados anualmente no Diário Oficial. Mas para que não reste dúvida sobre a transparência do comportamento da emissora, republicamos os balanços no nosso site. As verbas governamentais podem ser vistos no www.portaldatransparencia.gov.br”, iniciou o jornalista.
“Estranhamente, o requerimento estabelece que as investigações sejam a partir do ano de 2018. Segundo o documento que justificou a sua criação, a comissão foi instaurada com objetivo de ‘apurar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Brasil’. Como se sabe a Organização Mundial de Saúde oficializou a existência de uma pandemia em março de 2020. Acusação de Calheiros não se enquadra no fato determinado para a criação da CPI”, acrescentou.
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“Diferentemente do que diz Calheiros, a história da Jovem Pan que, ao longo dos seus 77 anos de existência, a empresa jamais disseminou fake news. Os profissionais da emissora divulgam fatos e os analisam de diferentes pontos de vistas. O autor do pedido não especifica quais profissionais disseminaram notícias mentirosas e quais programas isso teria ocorrido”, continuou Josival.
Por fim, o comunicado lamentou o comportamento de Renan e deixou claro como a empresa enxerga o pedido de Calheiros feito à CPI da Covid-19. “Fica claro, portanto, que se trata de uma acusação genérica, que tem como única finalidade cercear a liberdade de imprensa no Brasil”, encerrou.
Paulo Machado de Carvalho Neto, Diretor de Rede e Expansão da Jovem Pan, explicou em uma nota publicada no Facebook que não há riscos da concessão da Abril, da qual a rádio planeja lançar sua TV nas próximas semanas, seja cassada. "O Poder Judiciário, qualquer que seja a decisão, não tem poderes para cassar ou encerrar o funcionamento de uma emissora de rádio ou TV", esclareceu ele, dizendo que qualquer explicação diferente dessa seja "bobagem".
"Para que ocorra é necessário um ato próprio do Ministério das Comunicações encaminhado à Presidência da República. Se o Presidente da República entender procedente deve enviá-lo ao Congresso Nacional que é quem delibera", acrescentou o neto de Paulo Machado de Carvalho (1901-1992), que foi dono da Jovem Pan e da TV Record.
E finalizou: "O Congresso só decide com três quintos de todos os votos. Salvo num caso excepcional isto ocorre. É muito difícil todo este trâmite. Pela Constituição só o Congresso Nacional tem este poder. O resto é bobagem".
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