Publicado em 26/06/2021 às 08:55:00
Em 26 de junho de 2001, há exatos 20 anos, a RedeTV! estreava o Noite Afora sob o comando de Monique Evans. A atração que ia ao ar diariamente entre 1h e 3h fez história na emissora falando sobre sexo nas madrugadas com médias de até 5 pontos no Ibope na Grande São Paulo, assustando a Globo e por vezes, sendo o programa de maior audiência da emissora.
A atração consistia em Monique receber, numa cama ou banheira de ofurô, estrelas de filmes pornográficos, artistas, sexólogos, etc, para um papo sobre sexo. Anos antes, a loira comandou um programa semelhante na TV por assinatura, mas na RedeTV! fez ainda mais sucesso. "Ter língua presa atrapalha no sexo?", chegou a perguntar Monique a uma stripper, sem papas na língua.
Com temas que ainda eram considerados "inapropriados" ou até tabus como sadomasoquismo, masturbação, dentre outros, Monique perdurou por quase três anos no ar. Não por acaso: batia o SBT com frequência, que colocava o Programa Livre, séries enlatadas e filmes de sucesso, mas que por vezes não eram páreos para a "titia". Chegava a assombrar, em diversas ocasiões, o Programa do Jô (2000-2016).
Sem falsa modéstia, falou ao jornal O Globo em agosto de 2001 o que aconteceria se seu programa fosse ao ar mais cedo na RedeTV!. "Eu ganharia da Globo", disse em edição daquele ano, justamente quando o Noite Afora estava no auge.
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Monique Evans estava praticamente de saída da RedeTV!. Ela, que fazia reportagens para o TV Fama, contou ao jornal O Globo em abril de 2001 que Marcelo de Carvalho a convenceu a ficar. "Ele jurou que meu contrato será renovado em julho, quando termina. Este mês, vou assinar outro contrato para fazer o Noite Afora, por um ano", adiantou.
Ela planejava falar de sexo de maneira leve, como fazia no De Noite Na Cama, do Shoptime. "O cenário será um quarto, com cama e banheira. O programa também vai ter concursos, convidados e debates com anônimos e famosos", elencou ela, que elaborou o formato do programa.
Apesar do sucesso que fazia, Monique Evans sofreu pressão da igreja evangélica para deixar a atração. Devido a isso, a apresentadora pediu afastamento à direção alegando "convicções de caráter religioso", conforme relatou reportagem do jornal O Estado de S. Paulo em março de 2004.
Monique frequentava cultos há muito tempo e lidava com reclamações constantes de pastores pelo conteúdo que apresentava na RedeTV!. "Se eu tivesse um programa que não falasse de sexo, certamente o pastor ficaria mais feliz", admitiu ela em entrevista ao O Globo em dezembro de 2003.
"Há irmãos de igrejas mais severas que são contra o que eu faço. E se falo de sexo, é porque também tenho curiosidade. A minha vida sexual sempre foi muito calminha. Daí, vou perguntando e até esqueço que estou na TV. E quem sou eu para dizer a alguém que prostituição é pecado? Também peco, pego-me falando mal dos outros. Se só existissem pessoas boas no mundo, as igrejas estariam vazias", afirmou.
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