Publicado em 22/06/2021 às 18:10:00
A Justiça decidiu – em primeira instância – que Drauzio Varella e a Globo terão que pagar R$ 150 mil para o pai de um menino de 9 anos, morto pela detenta Suzy de Oliveira. O médico e a emissora foram condenados por conta da reportagem realizada no presídio em que Suzy está presa.
De acordo com informações do colunista Guilherme Amado, do site Metropoles, a juíza Regina de Oliveira Marques, do Tribunal de Justiça de São Paulo, atendeu ao pedido feito pelo familiar do garoto, que pediu indenização por dano moral. Vale destacar que o canal e Drauzio poderão recorrer.
Numa reportagem especial para o Fantástico em março do ano passado, Drauzio Varella falou sobre o preconceito sofrido por mulheres transexuais em presídios brasileiros. Suzy Oliveira Santos, de 30 anos, ganhou um abraço solidário do médico ao afirmar que está há cerca de oito anos sem receber visita. Pouco tempo depois, foi revelado que ela havia assassinado uma criança.
No processo, o pai do menino disse que Suzy recebeu “piedade social”, enquanto ele teve um novo abalo psicológico. A juíza entendeu que a reportagem foi negligente ao não buscar compreender os crimes feitos pelos entrevistados.
“Qualquer espectador foi induzido erroneamente a acreditar que os entrevistados seriam meras vítimas sociais, devendo ser ressaltado que, mesmo se tratando os entrevistados de autores de crimes contra o patrimônio e sua sexualidade, não implicaria em serem assim tratados, já que perniciosos à sociedade como um todo”, escreveu a magistrada.
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Com toda a polêmica, Drauzio publicou um vídeo se desculpando sobre o caso. “Eu vim aqui pra dar uma explicação pras pessoas que me acompanham. No último domingo foi revelado para o país, inclusive pra mim mesmo, o crime cometido por uma das entrevistadas que apresentei no Fantástico no dia 1º de março”, iniciou o médico em mensagem postada em seus perfil no Twitter.
“Não há o que falar. É um crime que choca a todos nós, peguei uma nota em que fui sincero em dizer que não entrei naquela cadeia como juiz, e sim como médico. Ser médico orienta meu olhar em todas as situações, não só quando estou atendendo pacientes. Faço isso há mais de 50 anos, seja no consultório, nas cadeias, nos livros que escrevi, na televisão, nos jornais e na internet”, continuou Drauzio.
O médico decidiu pedir desculpas por conta do acontecido e se justificou. “Eu peço desculpas pra família do menino que foi involuntariamente envolvido no caso. Na matéria em questão, o foco era mostrar as condições em que vivem as transexuais presas. As estatísticas oficiais indicam que a imensa maioria delas está presa por roubo e furto. A maneira pela qual a Suzy foi apresentada, deu a entender que ela fazia parte deste grupo majoritário, por isso eu entendo a frustração de quem se decepcionou comigo”, completou.
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