Publicado em 01/04/2021 às 20:00:46,
atualizado em 01/04/2021 às 22:27:14
O jornalista Luiz Carlos Prates foi demitido do Grupo ND, afiliada da Record em Santa Catarina, depois de três anos de contrato. Ao NaTelinha, ele explicou que sua saída pode estar ligada à sua postura em relação ao tratamento na pandemia do coronavírus, que é diferente da empresa. Embora não crave, o profissional garante que chegou a ouvir isso de colegas e também de parte dos telespectadores, mas que não houve uma explicação clara para sua saída.
Luiz Carlos conta que levou um susto ao ser chamado para uma reunião. "Pra mim foi algo inesperado. A empresa disse que não tinha da contra mim, mas que tá passando por uma reestruturação... aquela conversa carimbada que os caras usam", explica.
E ele insiste estar confuso sobre a decisão. "Aí eu saio sem saber exatamente porque não houve briga. Não fui chamado pra ser advertido em nenhum momento. Foi simplesmente uma surpresa. Disseram que eu estava com o contrato vencido, isso é verdade. O contrato era de três anos e estava vencendo no dia que eles me chamaram", lembra.
Questionado sobre os motivos da saída, ele fala sobre divergências. "Eu fico pensando que colegas me disseram que foi, talvez, bem provavelmente, a contramão que eu andava na postura da empresa durante a pandemia. A postura da empresa é bolsonarista, digamos e eu sou a favor da máscara, contra a aglomeração, sou a favor do lockdown em alguns momentos, tratamentos precoces eu sou contra. Me disseram que pode ter sido isso. De fato minha postura é essa. Eu penso que estamos um pouco sem administração federal na saúde. Mas não sei se é isso, não sei", conta.
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Ele conta que foi o diretor de conteúdo da empresa que o demitiu, mas não acredita que o homem seja responsável por sua saída. "Ele foi simplesmente um intermediário, não tenho dúvida disso. Ninguém interviu pra eu não ser demitido", revela lembrando que fazia sucesso. "As pessoas da rua, telespectadores sempre me cumprimentaram pelo meu texto. Mas eu não procuro pelo aplauso, procuro pela verdade".
Sobre uma possível defesa ao presidente por parte da empresa, ele é enfático. "Não me disseram sobre essa posição bolsonarista, em nenhum momento. Mas as pessoas da rua me falavam que eu estava na contramão. Mas fora disso não houve nenhum problema nesses três anos e, de repente, fui chamado sob um argumento de que o contrato estava acabando e que a empresa não tinha interesse de renovar por causa de reestruturação. Eu nem me lembrava do prazo do contrato, não houve aviso prévio", conta.
Questionado sobre o futuro, o jornalista explica que tem trabalho. "Eu tenho uma rede de rádios e jornais, nas quais eu faço comentários, tô com eles e tal. Vamos lutar", e ao ser perguntado se pretende voltar para a TV, é categórico no assunto. "Se tiver convite, com certeza eu volto".
Luiz Carlos Prates trabalha na área desde os anos 60, quando se tornou radialista, atuando como repórter esportivo na extinta Rádio Porto Alegre. De lá para cá em várias rádios do Sul, até ser contratado em 1977 pela RBS, afiliada da TV Globo e apresentou o Jornal do Almoço, chegando a assumir cargo de chefia quando morou em Florianópolis.
Polêmico, Luiz Carlos foi demitido em 2011 da RBS, após ter feito comentários contra o ex-presidente Lula, acusando-o pela popularização excessiva dos automóveis e que, segundo ele, isso seria responsável por acidentes de trânsito. A demissão nunca foi confirmada de ter ocorrido por conta deste episódio. Ele também esteve no SBT e na RedeTV! antes de assinar com a RicTV, que viria a ser o grupo ND.
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