Publicado em 13/02/2021 às 07:39:42
No ano de 2001, há 20 anos, Silvio Santos foi o samba-enredo da Tradição, escola de samba do Rio de Janeiro. A decisão de colocar o Homem do Baú como protagonista do desfile narrando sua história foi feita em julho de 2000, com o publicitário Wagner Jacopetti. Poucos meses depois, o dono do SBT apareceu por mais de uma hora na Globo com recorde de audiência.
Jacopetti vinha negociando desde 1997 com Cintia Abravanel, a filha número um de Silvio, sua participação na Carnaval. "Ele aprovou o tema, mas não garantiu que irá desfilar", disse o publicitário ao Jornal da Tarde em julho de 2000.
Tudo estava certo: o desfile contaria toda a história de Silvio, desde os tempos de camelô até sua ascensão à apresentador e empresário. As alas seriam inspiradas em programas como o Namoro na TV, Qual é a Música?, dentre outros.
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A concorrência entre Globo e SBT na época estava em alta. A emissora paulista surfava na onda do Show do Milhão e dos filmes da Warner e Disney, batendo a Globo costumeiramente, o que fez com que muitos tivessem receio de que o desfile pudesse ser "boicotado" por ela.
A ideia foi prontamente negada pelo presidente da Tradição na época, Nésio Nascimento. "A emissora nem poderá fazer isso porque é obrigada a mostrar o desfile de todas as escolas", disse ao O Estado de São Paulo em julho de 2000.
Àquela altura, já era sabido que a Tradição seria a segunda a desfilar em um domingo à noite, depois do Fantástico. Segundo o carnavelesco, a ideia era deixar Silvio à vontade para participar ou não do desfile. Ele garantiu ainda que não pediu dinheiro ao dono do SBT. "A popularidade dele já vai nos ajudar", afirmou.
Caso aceitasse a proposta, Nascimento afirmou que não pretendia colocá-lo em um carro alegórico: "Acho que ele deveria vir no chão, junto com o povão". Mal sabia o que vinha por aí.
Com o enredo O Homem do Baú, Hoje é Domingo, É Alegria, a Globo foi obrigada a mostrar Silvio Santos por longos 80 minutos em horário nobre. "As escolas têm liberdade para escolher seus temas. É uma questão de gosto", disse a Globo na época, negando novamente que boicotaria a atração.
Além de Silvio, Gugu Liberato (1959-2019) desfilou em um carro alegórico que representava imigrantes gregos, Babi Xavier saiu na frente da bateria, Jackeline Petkovic, que apresentava o Bom Dia & Cia, puxou a ala das crianças no chão.
Ratinho, Moacyr Franco, Ronald Golias (1929-2005) também saíram pela Tradição, bem como Hebe Camargo (1929-2012), outra estrela do SBT a dar as caras na Globo.
Pouco mais de 10 dias antes do desfile, Silvio Santos confirmou que iria, de fato, desfilar. Foram 38 alas e oito carros alegóricos contando a história do camelô que virou dono de TV.
Sob os gritos de "é campeão", "Silvio Santos vem aí" e "Silvio Santos, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver", o dono do SBT marcou 39 pontos no Ibope para a Globo, ficando na primeira colocação.
De terno prateado, Silvio deu show no meio do povo. "Não esperava isso", disse ele antes de chegar à concentração, modesto. Terno este aliás, que Silvio procurou em 2015 e prometeu R$ 3 mil para quem encontrá-lo. Ainda não foi encontrado.
Apesar do sucesso, a Tradição terminou o Carnaval 2001 em oitavo lugar na apuração. O título ficou com a Imperatriz Leopoldinense e o enredo Cana-caiana, cana roxa, cana fita, cana preta, amarela, pernambuco... Quero vê descê o suco, na pancada do ganzá.
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