Publicado em 09/02/2021 às 10:26:34,
atualizado em 09/02/2021 às 11:10:49
Woody Allen vem enfrentando a acusação de ter abusado sexualmente da própria filha adotiva, Dylan Farrow, em um escândalo que se transformou em um dos maiores da história de Hollywood, desencadeando movimentos feministas. Na estreia da temporada 2021 do Conversa com Bial, na madrugada desta terça-feira (9), na Globo, ele negou novamente as acusações e afirmou estar sendo boicotado.
O cineasta escreveu o livro Woody Allen - A Autobiografia e contou que dedicou muitas páginas ao caso, tentando ser o mais fiel possível. "Se alguma coisa podia ser vista como ambivalente, tentei usar a perspectiva de outra pessoa. Citava psiquiatras, juízes, investigadores, todos os envolvidos, para que não parecesse que era eu dizendo algo."
A acusação surgiu nos anos 90, durante seu processo de separação de Mia Farrow, atriz de muitos dos seus filmes, com quem dividiu a adoção de Dylan e Moses. A denúncia foi investigada em 1992, mas logo considerada sem indícios.
Nos anos seguintes, Allen disse que a filha havia sido manipulada pela mãe. O caso voltou à tona em 2014, quando Dylan escreveu um carta detalhando o episódio. Naquele ano, aliás, surgiu o movimentado feminista Me Too, condenando os abusos na indústria de Hollywood.
A Pedro Bial, Woody afirmou que a intenção é ótima, mas alertou: "Precisam tomar cuidado com o que dizem para terem certeza de seus alvos, e garantindo que estão fazendo pelos benefícios das mulheres e não sendo injusto com os homens que acusaram".
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Na entrevista, ainda declarou: "Estou sendo boicotado, mas eles estão cometendo um erro. A Hachette devia ter publicado meu livro, mas havia pessoas na organização que eram contra. A mesma coisa com atores que falam que se arrependem ou que nunca trabalhariam comigo. O que posso dizer? Estão cometendo um erro. As pessoas cometem erros e esse é mais um deles".
"Acho que os princípios básicos do #MeToo são bons, elas querem lutar contra a exploração injusta das mulheres por homens que podem explorá-las. Mas, como em todos os movimentos, às vezes a coisa perde o controle, erros são cometidos e pessoas inocentes sofrem. Isso acontece o tempo todo. Então acho que (o movimento) fez bem para as mulheres, a intenção delas (feministas) é ótima, só precisam ter cuidado ao fazerem isso para ter certeza de seus alvos, garantindo que o que estão fazendo é em benefício às mulheres e não injusto com os homens que elas acusam", completou.
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