Publicado em 01/09/2020 às 18:12:49
Após bater recorde de audiência na Globo como Pantera Negra, na última segunda-feira (31), Chadwick Boseman será homenageado pelo SBT nesta terça. O filme escolhido pela rede de Silvio Santos para o Cine Espetacular, entretanto, gera controvérsia: Deuses do Egito, acusado de racismo pelo próprio ator, que morreu na última sexta-feira (29), aos 43 anos, vítima de um câncer no cólon diagnosticado em 2016.
O filme, protagonizado por Gerard Butler, recebeu críticas imediatamente após a divulgação do trailer, no final de 2015, por ter escalado diversos atores brancos, embora seja ambientado no Egito Antigo.
Questionado na época pela revista GQ, Chadwick Boseman disse concordar com a acusação de racismo e se mostrou decepcionado com o longa-metragem.
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"Eu geralmente tento me manter fora das controvérsias da imprensa, mas alguns amigos me disseram: 'Ei… Você precisa dar uma olhada nisso'", disse o ator, que já estava escalado para dar vida ao Pantera Negra no cinema.
"Quando me abordaram com o roteiro do filme, eu rezei para que essa polêmica acontecesse. E eu sou grato que aconteceu, porque, na verdade, eu concordo com isso", complementou o ator.
Intérprete do deus Thoth no filme, Boseman alegou ter aceitado participar pela representatividade do personagem, criador da linguagem escrita e da matemática, porém sinalizou estar arrependido.
"Eu topei fazer o filme porque assim você iria ver alguém de ascendência africana interpretando o pai da matemática, astronomia, criador dos papiros e Deus da sabedoria. No filme, eu realmente supero os outros Deuses, literal e figurativamente. Mas, sim, as pessoas não fazem filmes de US$ 140 milhões estrelados por negros e pardos", criticou.
A Lionsgate, produtora do longa-metragem, reconheceu o erro após a repercussão negativa e pediu desculpas pela escalação equivocada do elenco.
"Nós reconhecemos que é nossa responsabilidade ajudar a garantir que as decisões de elenco reflitam a diversidade e a cultura dos períodos retratados. Neste caso, nós não conseguimos fazer jus aos nossos próprios padrões de sensibilidade e diversidade, pelo qual pedimos sinceras desculpas. A Lionsgate está profundamente empenhada em fazer filmes que refletem a diversidade das nossas audiências. Na próxima, faremos melhor", afirmou.
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