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Globo prepara nova lista de demissões e gera temor entre os funcionários

Empresa vai continuar reestruturação e vai fazer novos desligamentos

Globo prepara novas demissões
Por Daniel César , com Sandro Nascimento

Publicado em 27/05/2020 às 04:00:00

O Grupo Globo vai promover nova onda de demissões em massa na continuação do processo de reestruturação que vem acontecendo desde o ano passado. Segundo apurou o NaTelinha, todos os executivos já foram informados de que precisam demitir e, se for o caso, aposentar parte de seus funcionários. Os desligamentos, no entanto, já estavam previstos dentro da consultoria da Accenture, especialista da área e que vem comandando o programa Uma Só Globo.

A empresa já está fazendo demissões pontuais desde 2019; nomes como Bianca Bin e Bruna Marquezine tiveram o contrato fixo substituído por obra e Bruno Gagliasso deixou a emissora pela Netflix. Além disso, a Globo vem renegociando os altos salários de suas principais estrelas. Já essa nova onda de demissões em massa irá atingir funcionários de todo o grupo, não apenas a TV aberta. Globosat, globo.com e até a Som Livre deverão sofrer com as baixas, previstas para serem anunciadas até o início do último quadrimestre com colaboradores de todas as hierarquias.

A situação é um pouco diferente na dramaturgia. O diretor Silvio de Abreu já foi informado que terá de fazer cortes e tudo indica que diretores, atores e até autores poderão entrar nesta toada. Mas o caminho natural na área é de que os contratos fixos sejam substituídos por obra, já que neste momento não há concorrência no setor.

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Fontes ligadas aos responsáveis pela Uma Só Globo, plano de fusão das empresas do Grupo Globo, informaram que as demissões atingirão funcionários de todos os escalões, de executivos até assistentes administrativos. Servidores e diretores com mais tempo de casa poderão optar pela aposentadoria compulsória, o que garante uma bolada no acordo.

Embora chame a atenção que o Grupo Globo enfrente sua segunda onda de demissões em massa em menos de um ano, pessoas ligadas ao conglomerado entendem que não se trata de uma crise econômica. De acordo com fontes, os acionistas veem isso apenas como parte de um processo maior e que visa colocá-los nos moldes de outras gigantes mundiais da comunicação, como a At&T, dona da HBO. 

Procurada pelo NaTelinha, a Globo emitiu o seguinte comunicado:

"Como amplamente divulgado, temos feito importantes reestruturações ao longo dos últimos anos para nos preparar para novos desafios e para o futuro. Adotamos novos modelos de gestão, de criação, de gestão de negócios, de gestão de talentos, além de produção e de distribuição de nossos conteúdos. Mudanças fundamentais que consolidaram a nossa atuação na criação, na produção e na distribuição de conteúdo multiplataforma de qualidade.

Mais recentemente, seguindo a nossa estratégia de transformação digital, com foco tanto na produção de conteúdo como em tecnologias que permitam fazer ofertas mais adequadas ao público, iniciamos a revisão do modelo operacional da Globo, incluindo os processos, a governança e a estrutura da empresa.

Diante deste cenário, considerando a fusão das cinco empresas que fazem parte deste processo, é natural que se façam ajustes. Se olharmos de forma mais ampla, todas as grandes empresas modernas passam por processos na busca de eficiência e de evolução constante. Na Globo, não é diferente".

Uma Só Globo

A Globo anunciou sua mega fusão em novembro do ano passado. “A marca Globo como a conhecemos hoje, sinônimo de TV aberta, passa a dar nome a uma empresa nova, ampliada, integrada e orientada a novos desafios e oportunidades. Estamos transformando nossos negócios atuais e desenvolvendo novos. A experiência digital mudou muito a maneira como o público consome mídia, conteúdos e serviços, e nós mudamos junto. O investimento que estamos fazendo em novas tecnologias e modelos de negócio não implica abandonar as nossas forças tradicionais. Nossa estratégia amplia a força da televisão, ao unir TV aberta e TV fechada às oportunidades digitais, com o consumidor no centro do negócio”, contou Jorge Nóbrega, presidente executivo da empresa, à época.

Nesta mega fusão, a empresa já havia demitido 100 funcionários, numa lista em que apareciam colaboradores de todas as áreas. Conforme anunciou o NaTelinha, à época, a expectativa da fusão é de que a empresa a TV  corte  em torno de 20% da Folha do Departamento Pessoal ao final de todo o processo de reestruturação.

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