Publicado em 17/09/2019 às 11:33:09
Durante o lançamento da nova novela das seis da Globo, "Éramos Seis", na última segunda-feira (16) no Rio, o ator Eduardo Sterblitch comentou sobre o drama do seu ex-companheiro do "Pânico", Carlinhos Silva, que enfrenta na Justiça uma ação movida pela modelo Aline Hauck, cobrando os valores atrasados da pensão alimentícia que chegam a R$ 700 mil, do seu filho de 8 anos.
“Faz um tempo que não converso com Carlinhos”, iniciou. “Acompanho algumas coisas dele, mas é uma questão muito delicada, né? Porque não é uma questão de opinião, é uma questão de relação dos três: pai, mãe e filho. Eu também sou filho de pais separados, minha mãe se separou do meu pai quando eu tinha três anos. Então sofri muito. Tem que ter uma consciência de pensar na criança”, opinou o ator, que em "Éramos Seis" será Zeca.
Ele ainda acredita que as relações humanas estão complicadas e o problema de Carlinhos passa por isso também. “Acho que eles têm essa consciência, pensam nisso, mas, como eu te disse, o ser humano é muito louco. A nossa tendência é sempre se defender. Não estou dizendo que eles estão se defendendo, mas essa briga entre o pai e a mãe acaba não sabendo nem atacar e nem defender. É triste essa situação. Mas desejo muita paz e proteção para criança, independente do que role e do que vai acontecer. Tenho certeza que dará tudo certo”, acrescentou.
Eduardo também acha que o ex-colega de “Pânico” tem sofrido muito, assim como a ex-mulher dele. “Conheço pouco a mãe, mas acredito que o sofrimento é dos dois. Não tenho noção da história exatamente, mas sei que rolou uma briga, é claro, porque eles não se dão bem. Não conseguem conversar. Essa é a briga humana, é a sina do ser humano. Não é uma sina do Carlinhos, da ex-esposa e do filho. A gente não está conseguindo se entender mesmo como espécie, isso é só um reflexo do mundo. A gente não consegue se entender com a nossa mãe, com a gente”, finalizou o assunto.
Formado pelo O Tablado, ele se descobriu engraçado no teatro e também no “Pânico”, pois se empenhou no início da carreira para fazer drama. “Eu nunca tinha feito comédia antes do ‘Pânico’. Minha primeira peça de comédia no teatro foi o ‘Desnecessário’ e o ‘Pânico’ me viu e me chamou”, relatou.
Questionado se ele sente falta do humorístico, Eduardo garante que sim. “Sinto. Mas é uma falta diferente. Não sinto uma falta que fico triste, eu fico saudosista, mas não fico triste, algo que me deixa mal. Eu sinto saudade, igual uma ex-mulher e uma ex-namorada que você não brigou. Eu amo todos eles, me ensinaram a fazer televisão e me preparar para esse mercado tão cruel, inclusive”, afirmou. “Mas não sou apegado ao ‘Pânico’”, acrescentou o humorista, que deixou a trupe em 2016.
Ainda durante o lançamento de "Éramos Seis", Eduardo Sterblitch comparou o seu atual momento com a época do "Pânico", apontando que a diferença básica é que toda semana estava no humorístico e na novela das seis será todos os dias.
“Como artista, tenho que utilizar essa curiosidade do público, já que existe o como vai ser, e usar ao meu favor. Mas também não posso ficar preocupado com isso, porque pode me atrapalhar. Está mais preocupado com o público do que com a história. É um cálculo difícil de fazer. Estou preocupado com o público, mas acima disso preciso me preocupar com a história, porque a história é que vai fazer o público gostar, não do meu personagem específico. Novela é um todo, trabalhar por um todo. Estou aprendendo com meus colegas”, explicou.
“Com humor eu sempre trabalhei para o público. Eu pensei criando com a resposta. Humor é muita coisa de gancho. No ‘Pânico’ era muito isso. Eu perguntava uma coisa e eu fazia a piada através da resposta”, completou.
O ator garante que o ‘Pânico’ criou o meme, mas não tem intenção de transformar seu personagem de “Éramos Seis” nisso.
“Não posso me preocupar com isso. Só vira meme quando você não se preocupa com isso”, comentou. “Não desejo [que seu personagem seja meme]. Desejo que seja um sucesso, mas não sou eu que defino isso”, disse.
O artista interpretará o personagem Zeca, que na versão de 1994, do SBT, ficou na responsabilidade de Osmar Prado. Ele será um farmacêutico de Itapetininga e apaixonado por Olga (Maria Eduarda de Carvalho). O personagem fará de tudo para ficar com ela, ter filhos e construir uma família, sem deixar o lado romântico de lado.
“A minha diferença pro Zeca é que não sou do interior, mas sou tão simples quanto uma pessoa do interior”, afirmou Eduardo. “Acho que sou muito apaixonado e posso colocar a mulher da minha vida como a pessoa principal da minha vida. Às vezes amo mais minha mulher do que a mim mesmo, assim como o Zeca”, finalizou.
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