Publicado em 04/09/2019 às 04:59:16
Na última segunda-feira (02), parte do público de "Malhação" criticou a decisão do autor Emanuel Jacobina de colocar Guga (Pedro Alves) como um dos possíveis pais para o filho que Meg (Giulia Bertolli) está esperando. Isso porque o personagem se declarou gay no primeiro capítulo da trama e, até então, tinha uma relação homoafetiva com Serginho (João Pedro Oliveira). A utilização do recurso de personagens gays que se relacionam com mulheres é recorrente na dramaturgia, mas nem todos sabem a razão deste tipo de uso.
Em maio de 2013, Walcyr Carrasco, autor de “A Dona do Pedaço”, deu uma entrevista exclusiva à revista Playboy se assumindo bissexual. Na visão do autor, todos os seres humanos são bissexuais. Regina Braga, que interpretou a personagem Lígia em “Por Amor”, também tem a mesma opinião que o roteirista do horário nobre.
A teoria não é uma novidade. Sigmund Freud, um dos maiores psicanalistas da história, falou sobre o assunto na teoria das pulsões. Na visão do médico, qualquer ser humano saudável seria capaz de experimentar o prazer de múltiplas formas, em diversas zonas do corpo e com vários objetivos.
Quando o assunto é levado para a dramaturgia, os autores se encontram em vários conflitos na forma de abordar o tema. Os escritores optam por seguir o caminho da homossexualidade e, quando um personagem gay/lésbica fica com um personagem hétero, o fato é tratado como deslize.
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Recentemente, isso ocorreu em “Malhação – Toda Forma de Amar”. Guga (Pedro Alves) namora Serginho (João Pedro Oliveira) e vem tendo dificuldades para assumir sua sexualidade aos seus pais. Para piorar, ele passou uma noite com Meg (Giulia Bertolli) e pode ser pai do filho da jovem.
Muitos fãs, principalmente os que defendem as pautas LGBTQ+, não gostaram da proposta de Emanuel Jacobina e consideraram o fato um desserviço ao tema, pois enxergam como uma oportunidade de pessoas contrárias a homossexualidade afirmarem que Guga escolheu ser gay.
Esse tipo de reclamação não é novidade, até na própria “Malhação”. Em 2017, Lica (Manoela Aliperti) se apaixonou por Samantha (Giovanna Grigio), mas ambas se questionaram se queriam viver aquele amor. Isso fez com que Lica se reaproximasse de Felipe (Gabriel Calamari), criando um triângulo amoroso. Claro que o público não gostou e, no fim, as duas terminaram juntas.
Walcyr Carrasco e João Emanuel Carneiro são os autores que mais fazem personagens homossexuais terem relacionamentos heteroafetivos. O primeiro tratou do tema em “Verdades Secretas” (2015), “Amor à Vida” (2013), “Morde e Assopra” (2011) e “O Outro Lado do Paraíso” (2018).
Já Carneiro usou a chamada cura gay – termo em que entidades que defendem a causa LGBTQ+ condenam como pejorativa e preconceituosa – em quase todas as suas tramas. As mais emblemáticas aconteceram em “Da Cor do Pecado” (2004), “A Favorita” (2008) e “Avenida Brasil” (2012).
Manoel Carlos tratou do assunto em algumas oportunidades, sendo as mais lembradas em “Por Amor”, através do personagem Rafael (Odilon Wagner), e “Em Família”, com Clara (Giovanna Antonelli). Vale lembrar que atualmente o público pode acompanhar a história do primeiro na faixa do "Vale a Pena Ver de Novo", em que a novela está atingindo altos índices de audiência.
Mas em "Por Amor", a bissexualidade de Rafael foi tratada de forma superficial e com pouco espaço para a história. Não é o caso de "Em Família", já que a trama de Giovanna Antonelli ganhou espaço e se tornou um dos núcleos mais queridos da novela.
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