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Esquerdistas e Bolsonaristas repercutem sátira de "Chaves" no "Tá no Ar"

Fotos: Reprodução/TV Globo
Por Naian Lucas

Publicado em 16/01/2019 às 15:05:19

O “Tá no Ar” exibiu o primeiro episódio da sua sexta e última temporada nesta terça-feira (15), na Globo. Liderado por Marcelo Adnet e Marcius Melhem, o humorístico movimentou as redes sociais, sendo um dos assuntos que mais repercutiu no país.

A esquete que causou o maior barulho entre os internautas que acompanharam o programa foi do seriado “Chaves”. Os atores se caracterizaram como os personagens da atração mexicana exibida pelo SBT e Multishow e Marcelo Adnet, vestido de general, imitou o presidente da República Jair Bolsonaro.

Durante o quadro de humor, a caricatura do político usou das principais frases da carreira do atual governante do Brasil. Palavras como “Mamata”, “Ditadura gayzista” e “Família desajustada” foram algumas que fizeram parte do texto do personagem de Adnet. A palavra "vagabundo" entrou entre os temais mais comentados das redes sociais, mantendo-se na segunda colocação até a tarde desta quarta-feira (16).

A paródia recebeu elogios dos jornalistas e fãs do programa, principalmente aqueles que se dizem oposição ao governo Jair Bolsonaro. Todavia, quem votou e apoia a gestão do novo presidente, demonstrou certo incômodo com a brincadeira feita pelo programa de humor da Globo.

Diante disso, o NaTelinha conversou com alguns telespectadores do programa nas ruas e nas redes sociais para saber qual o posicionamento deles em relação ao humorístico “Tá no Ar”.

Eleitores do Bolsonaro que não aprovaram a brincadeira

Marcos Antônio, que mora no interior de São Paulo, não assistiu ao programa, contudo, acompanhou a repercussão nas redes sociais e viu o quadro pelo Globoplay. Apesar de achar Adnet talentoso, não apoiou a brincadeira feita com Jair Bolsonaro.

“Não gostei dessa brincadeira. O Bolsonaro acabou de assumir o governo e isso pode tumultuar num período ainda de consolidação da gestão dele”, falou Marcos. “O Adnet é um cara inteligente e engraçado, mas é esquerdista. Claramente tomou partido nessa imitação. Duvido que ele vá imitar o Lula preso, por exemplo”, acrescentou.

Antônio, que é dono de um restaurante, atendia outro cliente, seu Carlos Eduardo. Idoso, não gosta de ver televisão depois do "Jornal Nacional". Prefere ler um bom livro e conversar com a sua esposa. Ao saber da brincadeira de Marcelo, o senhor ficou irritado.

“Esses humoristas agora vão tudo fazer piada contra o presidente. Foi assim contra o Lula, com a Dilma, o Temer e agora com o Bolsonaro. O Jô Soares só criticava os generais. Tem que respeitar as autoridades. Deveriam fazer piadas com celebridades, empresas, jogadores de futebol, mas autoridades têm que respeitar”, falou o aposentado.

Eleitores de Bolsonaro que aprovaram a brincadeira

Em um grupo do WhatsApp, Vinícius Alves assumiu ter sido eleitor do Bolsonaro, porém, é fã do programa Chaves e do “Tá no Ar”. Ele achou engraçado a sátira e diz que as críticas precisam ser feitas com mais humor.

“Tem que zoar mesmo. Político não é herói pra gente ficar idolatrando. Fazer o Chaves na Globo e zoar o Bolsonaro faz parte do jogo. Tenho certeza que ele também riu da brincadeira”, escreveu. Outros usuários do grupo, simpatizantes do presidente, também apoiaram a brincadeira.

O que acharam os esquerdistas?

Já os eleitores de partidos de esquerda adoraram a crítica feita por Marcelo. Muitos consideraram uma forma de resistência contra o governo do político de extrema-direita.

“O Adnet é nota dez. Faltou só falar da Lei Adinete nessa brincadeira. O humor é uma forma de resistência”, escreveu Laura.

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Repercussão geral

A repercussão se tornou gigantesca e é o assunto do momento. Mesmo com a estreia do “Big Brother Brasil 19”, o humorístico foi o tema mais comentado da última terça e também desta quarta. Apesar de seis anos, o programa ainda consegue ficar no centro das discussões.

Contudo, a audiência ficou abaixo em relação a temporadas anteriores. De acordo com os dados consolidados da Kantar Ibope, o humorístico alcançou uma média de 13,3 na Grande São Paulo.

Veja tabela:

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