Publicado em 23/10/2018 às 09:15:31
A eleição presidencial de 2018 ficará marcada por ser a primeira, desde a redemocratização, em que não ocorrem debates entre os candidatos no segundo turno. Com a decisão da Globo de não realizar o evento, tomada nessa segunda-feira (22) em virtude do candidato Jair Bolsonaro (PSL) recusar o convite por “questões médicas”, são seis encontros de presidenciáveis suspensos. Fernando Haddad (PT) estava disposto a participar de todos.
O primeiro deles seria na Band, no dia 11. O da Gazeta, em parceria com o Estadão, era para ter acontecido em 14 de outubro. RedeTV! e SBT também tiveram que suspender os seus, previstos para ocorrerem nos dias 15 e 17, respectivamente.
No último domingo (21), o encontro deveria acontecer na Record TV, mas o canal também desistiu. Em nota divulgada pela assessoria nas redes sociais, o canal explicou que há “expectativa de que uma nova data seja agendada até 25/10”, o que raramente ocorrerá.
Em 1989, os debates no segundo turno foram produzidos e transmitidos simultaneamente pela Globo, Band, SBT e Manchete. Em 2002, Band e Record foram obrigadas a cancelarem encontros após Lula só aceitar o convite da Globo. Em 2006, também por recusa de Lula, a Gazeta cancelou o seu. Em 2010 e 2014, todas as emissoras conseguiram realizar os eventos previstos. Não houve segundo turno em 1994 e 1998.
Originalmente, quando um candidato falta a um debate no segundo turno, o procedimento padrão da Globo é realizar uma entrevista com o que veio. O expediente, inédito em eleições presidenciais, até então só ocorreu em debates para prefeito e governador - como no Rio de Janeiro e Minas Gerais, em 1998. No entanto, segundo nota da emissora enviada ao NaTelinha, “na reunião de elaboração das regras do evento, foi acertado com as assessorias dos candidatos que, se Jair Bolsonaro não pudesse comparecer por razões de saúde, o debate não seria substituído por entrevistas”.
Ao canal, a assessoria de Bolsonaro explicou que “apesar de o Dr. Antonio Macedo ter reduzido o nível de restrição de suas atividades rotineiras, o candidato continua com limitações em virtude da bolsa de colostomia”. Como não há “controle intestinal”, o “preenchimento total pode ser rápido e inesperado, podendo levar ao rompimento da bolsa, o que gera extremo desconforto e constrangimento ao paciente. Além disso, por orientação médica, ele ainda deve evitar esforço físico, estresse excessivo ou ficar muito tempo em pé”.
O Brasil vai às urnas para eleger o novo presidente da República no próximo domingo (28).
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