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Há 40 dias na Rússia, Benja conta curiosidades com a língua e diz: "Troquei o dia pela noite"

"A rotina é cansativa, mas compensa", diz apresentador do Fox Sports

Divulgação
Por Fabrício Falcheti

Publicado em 11/07/2018 às 16:16:29

Na Rússia desde o dia 1º de junho, Benjamin Back trocou o dia pela noite e vem trabalhando incansavelmente na cobertura do Fox Sports da Copa do Mundo.

Apresentador do "Fox Sports Rádio", ele também assumiu o "Debate Final" e fez todos os pré-jogos da seleção brasileira no entorno e dentro dos estádios que o Brasil jogou.

Em entrevista exclusiva ao NaTelinha direto de Moscou, Benja é só elogios ao país. "A Rússia é bem diferente do que é vendido por aí", garante.

Com uma diferença de seis horas entre Rússia e Brasil, o apresentador trocou o dia pela noite. Durante todo o Mundial, o "Debate Final" foi ao ar das 21h às 23h pelo horário de Brasília. Assim, em Moscou, Benja deixava os estúdios às 5h. "Não é fácil. Troquei o dia pela noite e, para completar, no verão daqui escurece lá pelas 22h30. E quando é 2h30 da manhã já está clareando. Não vou negar, a rotina é cansativa, mas compensa", comenta.

Benjamin Back também destaca a cobertura do Fox Sports e garantiu que, se estivesse em casa, ficaria "24 horas ligado" no canal. "Teve muita informação, credibilidade, irreverência, bom humor e um alto astral que contagiou a todos ao nosso redor", destaca.

Irreverente, ele evidencia a equipe do "Fox Sports Rádio" - Fábio Sormani, Flávio Gomes, Maurício "Mano" Borges e Osvaldo Pascoal -, com quem tem convivido o dia inteiro: "Sinceramente, a sinergia que tem esse grupo é algo que chama a atenção".

Benja ainda comenta a eliminação do Brasil na Copa e fala sobre Neymar Jr., que teve sua atuação detonada e virou piada no mundo todo. "O Neymar precisará trabalhar sua imagem melhor para reverter essa fama e acabar com essas brincadeiras", opina.

Com o Mundial chegando ao fim no domingo (15), o apresentador terá completado 45 dias na Rússia e, para voltar, precisará de uma readaptação. Assim, ganhará alguns dias de folga e curtirá a esposa e os filhos na Europa. "Serão 45 dias aqui na Rússia indo dormir todo dia de manhã e não será tão simples me readaptar. Mas cobrir uma Copa do Mundo é algo fantástico, único, por isso, cada gota de suor vale a pena para passar ao público cada detalhe que vivenciamos aqui", diz.

Confira a entrevista completa:

- Você já está há um mês na Rússia para a cobertura do Copa do Mundo. Como está a vida por aí? O que está achando do país?

Benjamin Back - A Rússia é bem diferente do que é vendido por aí. Moscou é uma bela cidade, belos restaurantes, estações de metrô que parecem museus com obras de arte, enfim, não tenho dúvida de que, em dez ou quinze anos, Moscou, por exemplo, será uma cidade com uma grande quantidade de turistas. Já São Petersburgo é uma das cidades mais bonitas que já vi até hoje! Mas, se o brasileiro reclama dos nossos aeroportos, fazer voos internos aqui na Rússia requer bastante paciência. Mas vale muito a pena vir conhecer, principalmente, essas duas!

O Neymar precisará trabalhar sua imagem melhor para reverter essa fama e acabar com essas brincadeiras que hoje estão pelo mundo todo

Benja

Na Rússia, você apresenta os programas com o horário do Brasil. Assim, quando o "Debate Final" começa, por aí é madrugada. Como está sendo essa rotina?

Benjamin Back - Não é fácil. Troquei o dia pela noite e, para completar, no verão daqui escurece lá pelas 22h30. E quando é 2h30 da manhã já está clareando. Não vou negar, a rotina é cansativa, tenho ido dormir normalmente entre 7h30 e 8h30 todos os dias, mas compensa! O que tem me ajudado é que tenho conseguido praticar esporte quase que diariamente.

Na Rússia obviamente se fala o... russo. Na questão da língua, como você tem se virado, quando vai nos lugares? Você fala em inglês ou vai na mímica? Aconteceu alguma coisa curiosa nesse sentido dessa "comunicação"?

Benjamin Back - Tem que ser na mímica mesmo! Precisei comprar um colírio na farmácia ontem e não foi uma missão das mais fáceis. Outro dia fui abordado numa madrugada, quando estava indo fazer o programa, por dois seguranças do próprio condomínio onde estou morando, e não foi fácil explicar que eu estava esperando uma van. Fiz até o gesto com as mãos que um carro estava vindo me pegar! Outra situação engraçada é de quando fui em um restaurante, que também não tinha o cardápio em inglês, aí tive que recorrer ao Google Tradutor. Mas acredito que as próximas gerações, com certeza, falarão inglês fluente por aqui.

O que tem achado da cobertura do Fox Sports?

Benjamin Back - A cobertura Fox Sports foi fantástica! Teve muita informação, credibilidade, irreverência, bom humor e um alto astral que contagiou a todos ao nosso redor. Isso sem falar na programação do Fox Sports 2 com as narrações femininas e programas apresentados só por mulheres. Além disso, montamos um time de comentaristas de tirar o chapéu, com craques que vivenciaram e venceram no esporte. Digo tranquilamente que se eu estivesse em casa vendo a Copa do Mundo, ficaria 24 horas ligado no Fox Sports!

Como está sendo conviver quase 24 horas com seus parceiros de "Fox Sports Rádio"? Já enlouqueceu? (Risos) A amizade e parceria aumentaram?

Benjamin Back - Sinceramente, a sinergia que tem esse grupo é algo que chama a atenção. Somos em cinco pessoas, gerações diferentes, gostos totalmente opostos em quase tudo, estilos de vida também diferentes e, que, com tudo isso, a química entre nós é muito forte! Aqui a convivência é praticamente o dia inteiro, ou seja, vamos juntos para o IBC, almoçamos e jantamos juntos, voltamos para casa juntos e, ainda mais cinco a seis horas no ar, todos os dias. Superamos todas as dificuldades que surgiram, deixamos de lado os debates calorosos que tivemos no ar e trabalhamos unidos para realizar uma cobertura fantástica desse mundial.

Não deu para o Brasil na Copa. Por que acha que a seleção perdeu?

Benjamin Back - Precisamos parar com essa soberba de que só brasileiro sabe jogar futebol! Veja só: o goleiro do Real Madrid é da Costa Rica. O atacante do Liverpool é egípcio. O que eu quero dizer é que, hoje em dia, jogadores das mais diversas nacionalidades atuam no futebol europeu. Nós sempre prevalecemos no talento individual, mas eles nos superaram na parte tática e física. A Bélgica, por exemplo, mostrou que tem uma equipe tão boa ou até melhor que a do Brasil. Acabou a disparidade. Eles evoluíram e nós paramos, apesar de não pararmos de fabricar bons jogadores.

Qual sua opinião sobre Neymar Jr? A imprensa pega demais no pé dele ou ele só colhe o que plantou?

Benjamin Back - Conheço o Neymar pessoalmente desde quando ele tinha 12 anos, e digo que é um cara muito bacana e do bem, mas precisa tomar cuidado como sua carreira e sua imagem estão sendo trabalhadas. Na minha opinião ele não deveria nunca ter saído do Barcelona para o PSG, normalmente o caminho é inverso. Ele me passa não estar feliz lá, essa é uma impressão que tenho. Em relação à sua participação na Copa, ele vinha de uma contusão e isso o prejudicou, porém, ele saiu com uma imagem um tanto quanto desgastada com esse lance de simulação, apesar dele apanhar muito dentro de campo. O Neymar precisará trabalhar sua imagem melhor para reverter essa fama e acabar com essas brincadeiras que hoje estão pelo mundo todo. Mas isso não depende só dele, as pessoas ao seu entorno também precisam ajudar e não apenas dizer amém para tudo.

Como será sua volta ao Brasil? Vai precisar de alguns dias para se ajustar ao fuso horário, né?

Benjamin Back - Terei alguns dias de folga ainda e vou encontrar minha mulher e meus filhos aqui na Europa, estou morrendo de saudade de todos. Serão 45 dias aqui na Rússia indo dormir todo dia de manhã e não será tão simples me readaptar. Mas cobrir uma Copa do Mundo é algo fantástico, único, por isso, cada gota de suor vale a pena para passar ao público cada detalhe que vivenciamos aqui.

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