Opinião

Alma Gêmea e No Rancho Fundo dão lição para a Globo sobre audiência

Novelas conquistam o público abordando tramas de época, regionalismo e espiritismo

Alma Gêmea e No Rancho Fundo aumentam a audiência da Globo - Foto: Montagem/NaTelinha
Por Silvio Cerceau

Publicado em 27/05/2024 às 07:09:06

A reprise de Alma Gêmea e a inédita No Rancho Fundo comprovam que o público tem afinidade com as novelas atípicas, ou seja, as tramas de época, regionalistas e espíritas. No entanto, esse último gênero foi abolido para novas produções pela Globo.

Na época em que eram produzidas, as novelas com temática espírita tinham sucesso garantido. Algumas tramas de Ivani Ribeiro que abordaram o tema foram prósperas na audiência. A Viagem, exibida atualmente no canal Viva em comemoração aos seus 30 anos, teve boa aceitação tanto na exibição original quanto nas reprises.

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No horário das seis, a temática sempre dominou. Elisabeth Jhin prendeu grande parte do público com Escrito Nas Estrelas (2010), Amor Eterno Amor (2012), Além do Tempo (2015) e Espelho da Vida (2018). Esta marcou o fim de uma era, já que a autora foi dispensada pela emissora em 2021, deixando um grande público órfão de suas histórias.

Outros estilos que são sucesso garantido: as tramas regionalistas, rurais ou com um toque sertanejo. A atual trama das seis, No Rancho Fundo, evidencia bem esse gosto do público.

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Por anos, no horário das seis, figuraram tramas de sucesso de vários autores. Walcyr Carrasco emplacou O Cravo e a Rosa (2000), A Padroeira (2001), Chocolate com Pimenta (2003) e Êta Mundo Bom (2016).

As novelas rurais e regionais de Walter Negrão também fizeram sucesso no horário, incluindo Livre Para Voar (1996), Direito de Amar (1997), Fera Radical (1988), Tropicaliente (1994), Araguaia (2010) e Sol Nascente (2016).

A dobradinha Duca Rachid e Thelma Guedes ganhou o público da faixa com o remake de O Profeta (2006). Em 2023, Duca e Júlio esquentaram o horário com a bem-sucedida Amor Perfeito. Duca e Thelma ainda surpreenderam o público com Cordel Encantado (2011), Joia Rara (2013) e Órfãos da Terra (2019).

O remake de Éramos Seis (2019/20), escrito por Ângela Chaves, e a novela Além da Ilusão (2022), de Alessandra Poggi, também engajaram a audiência. Um grande sucesso e vencedora do Emmy, Lado a Lado (2012), de João Ximenes Braga e Cláudia Lage, trouxe para as telas uma história de luta pela igualdade de raça e gênero.

Enfim, outros grandes sucessos transitaram com bons números no horário. Sinhá Moça em 1986 e seu remake em 2006, Cabocla em 1979 e seu remake em 2004, Paraíso e Ciranda de Pedra em 1981 e seus remakes em 2008.

No horário nobre, destaco Roque Santeiro (1985), Tieta (1989), Pedra Sobre Pedra (1992), Renascer (1993), O Rei do Gado (1996), Terra Nostra (1999), Esperança (2002), Velho Chico (2016) e Pantanal (2022).

Esses folhetins não têm o glamour das novelas contemporâneas, mas cativam o público com a vida no campo, a simplicidade, o realismo da fotografia e do cenário, e o espiritismo. São ingredientes que sempre dão certo em uma boa dramaturgia.



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