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Gilberto Kassab, presidente do PSD, é contra grupo estrangeiro controlando TV no Brasil

Kassab está no governo de Tarcísio de Freitas, mas é base do governo Lula

Gilberto Kassab é contra grupo estrangeiro controlando a TV brasileira - Foto: Reprodução/Internet
Por Daniel César , com Drika Oliveira

Publicado em 06/11/2024 às 04:44:00,
atualizado em 06/11/2024 às 10:51:49

Gilberto Kassab, atual presidente do PSD e Secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, é contrário que grupo estrangeiro controle 100% da TV no Brasil. Um dos caciques políticos mais influentes do país defende, no entanto, um modelo híbrido que permita autonomia, mas que também aposte nos recursos financeiros oriundos de outros países.

Em conversa com o NaTelinha, durante o lançamento da CNN Money, na última segunda-feira (04) na capital paulista, Kassab foi questionado sobre o que pensa do capital estrangeiro ter a concessão de televisão no Brasil. O homem forte da gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi claro e não fugiu da resposta, mas mostrou que o tema encontrará resistência quando chegar a ser discutido no Congresso.

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"Olha, é algo muito recente, não é? As mudanças, hoje esse grupo pode ter já parte. Acho que tem que ser algo muito gradual, muito avaliado, é algo de muita relevância e que vai ser possuído por tempo", explicou, dando a entender que prefere um modelo que não seja tão radical.

"A TV brasileira é sucesso no mundo todo, né? A gente sabe disso", lembrou Kassab, antes de explicar que é contra a entrega total da concessão pública. "Deixar ela na mão de um grupo estrangeiro, 100%, não seria legal, né?", cravou o secretário e principal líder do PSD.

Ele também explicou que é necessário um plano para garantir o conteúdo original brasileiro, sem abrir mão dos recursos. "Que protejam a sociedade brasileira, que deem segurança para que possa ter revista caso os avanços não deem certo. Acho que com cuidado podemos avançar com responsabilidade, com as medidas que protegem antes que mais nada a sociedade brasileira", encerrou.

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Atualmente, o PSD de Gilberto Kassab conta com 44 deputados federais, mas faz parte de um bloco que reúne ainda o MDB, Republicanos e Podemos e, somados, chegam a 146 parlamentares. No Senado, o número é ainda melhor. A legenda conta com 15 representantes e é a sigla com o maior número de senadores, tendo uma influência muito grande. Kassab é tido como o grande líder por parte de praticamente todos os parlamentares do partido, influenciando diretamente no assunto.

A abertura para o capital estrangeiro já é permitida pela legislação brasileira. Atualmente, um grupo ou uma pessoa que não seja brasileira pode investir parte de um canal, mas não pode controlar mais de 30%. Emissoras de televisão vêm defendendo que a legislação seja revista e que este número chegue até a 100%, ou seja, com direito de um grupo de outro país comprar um canal brasileiro por inteiro.

A opinião de Kassab não é apenas por se tratar de um dos principais caciques políticos no Brasil ou de um nome com trânsito no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto. O secretário já foi ministro das Comunicações entre 2016 e 2018, durante a gestão de Michel Temer e coube a ele debater o tema à época.

Desde que Jair Bolsonaro (PL) deixou o poder, diversos executivos começaram diálogos com o governo Lula para mudar a legislação. A tese, no entanto, encontra resistência por parte de diversos partidos políticos e nomes fortes da mídia, como Edir Macedo, dono da Record, que já se posicionou contrário mais de uma vez.

Muitos políticos são donos de rádios e canais de TV e a maioria é contra que um veículo de comunicação seja 100% controlado por capital estrangeiro. Não há, no momento, nenhuma tramitação para mudar a lei no Congresso Nacional.

A respeito do lançamento da CNN Money, Kassab também aproveitou para comemorar. "É um serviço que eu tenho certeza que será de muita relevância para aqueles que precisam de informação. A CNN tem tradição, tem expertise e com certeza apressará um serviço de muita qualidade", frisa.

Pertencendo diretamente ao governo de Tarcísio de Freitas, mas permitindo que seu partido faça parte da base aliada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com influência e ministérios no governo federal, o cacique foi questionado sobre o futuro do Brasil e continuou em cima do muro: "Eu sou otimista. Eu acredito no país cada vez melhor".

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