Caso Marielle Franco: Réu confesso afirma que receberia R$ 25 milhões pelo assassinato
Réu afirmou quanto ganharia para matar Marielle Franco
Publicado em 31/10/2024 às 19:20
O julgamento do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, brutalmente assassinados em 2018, ganhou novos contornos nesta quinta-feira (31). Durante um depoimento por videoconferência ao 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, Ronnie Lessa, ex-policial militar e réu confesso, fez uma revelação impactante: ele afirma ter sido contratado por R$ 25 milhões para cometer o crime.
Lessa descreveu o planejamento e a execução do duplo homicídio, expressando um certo arrependimento: “Infelizmente, não podemos voltar no tempo, mas hoje tento fazer o possível para amenizar. Fiquei cego, fiquei louco. A minha parte era R$ 25 milhões. Eu reconheço. Não tenho vergonha hoje de falar isso. Tirei um peso das minhas costas confessando o crime. Vou cumprir o meu papel até o final e tenho certeza absoluta que a justiça vai ser feita”.
+ Thomaz Costa revela que está há 5 meses sem sexo: "Contrato com Deus"
+ Justiça decreta prisão preventiva dos suspeitos de assassinarem o ex-ator mirim João Rebello
Uma das partes mais inquietantes de seu depoimento foi a menção a uma proposta anterior, recebida entre o fim de 2016 e o início de 2017, para assassinar o então deputado estadual Marcelo Freixo, um dos maiores críticos das milícias no Rio de Janeiro. “Eu achei inviável, uma loucura isso aí. Houve uma suspensão nessa questão”, declarou Lessa.
A proposta para o assassinato de Marielle Franco surgiu em setembro de 2017. Lessa revelou que inicialmente não sabia o nome da vítima, que foi apresentada apenas como um obstáculo a um plano lucrativo para as milícias. “Não me falaram o nome dela, não sei nem se quem propôs sabia o nome dela”, disse ele.
A motivação por trás do crime foi detalhada por Lessa, que afirmou que Marielle era considerada uma barreira à venda de loteamentos no bairro Tanque, controlado por milicianos. A vereadora, conhecida por seu ativismo em defesa dos direitos humanos, estava se opondo a um projeto que pretendia flexibilizar exigências legais na regularização de imóveis na zona oeste do Rio. “Na época, o que me foi dito é que ela entraria no caminho, seria uma pedra no caminho, da venda de dois loteamentos no Tanque”, explicou.
Ao longo da sessão, nove testemunhas prestaram depoimento, com sete delas indicadas pelo Ministério Público e duas pela defesa de Lessa. O ex-PM Élcio de Queiroz, também réu confesso, é outro nome envolvido no caso; ele foi identificado como o motorista do carro que perseguiu e fechou o veículo de Marielle e Anderson na noite do crime.
O julgamento continua, com a expectativa de que mais informações sejam reveladas e que a busca por justiça para Marielle Franco e Anderson Gomes avance. A sociedade brasileira observa atentamente, na esperança de que a verdade sobre esse crime brutal seja plenamente esclarecida.