Publicado em 03/11/2024 às 20:30:00
Após João Doria, ex-governador de São Paulo, enviar uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na qual admite erros do passado e pede desculpas por excessos cometidos durante sua carreira política e conseguir o perdão presidencial, uma aproximação parece descartada. Fontes próximas ao Palácio do Planalto afirmam que o presidente não tem interesse em encontrar o ex-tucano, mantendo uma postura de distanciamento.
Ao mesmo tempo que tenta uma reconciliação com o presidente, Doria anunciou que abandona definitivamente a política para se dedicar ao mundo empresarial. O ex-governador também procura reconstruir algumas pontes que foram rompidas ao longo de sua trajetória.
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O envio da carta a Lula, com o auxílio do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), é visto como parte desse esforço. Nela, Doria admite ter cometido “exageros e equívocos”, inclusive piadas públicas ofensivas sobre o período em que Lula enfrentou processos judiciais.
Lula aceitou o gesto como um símbolo de encerramento de uma rivalidade desgastada. Conforme a notícia dada pelo O Globo, o presidente deixou claro que já viveu tempo demais para não perdoar o ex-inimigo político. A frase teria chamado a atenção porque alguns aliados de Doria chegaram a pensar que um encontro entre eles poderia mandar um recado para um momento de guerra ideológica.
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Segundo apurou o NaTelinha, no entanto, isso foi descartado. O presidente não quer proximidade por entender que não ofereceria benefício, nem ao país, nem ao PT e nem a sua imagem. Somente Doria poderia se beneficiar de um futuro encontro.
A decisão de Lula em não promover um encontro ou reaproximação pessoal com Doria é recebida com naturalidade dentro do governo. Ministros e lideranças do PT recordam as críticas acirradas que Doria fez ao presidente no passado, inclusive declarações provocativas durante o auge dos processos contra Lula. Na ocasião, Doria chegou a dizer que, em Tremembé, o ex-presidente finalmente “conheceria o que é trabalhar”.
Após anunciar seu retorno ao setor privado, Doria reforçou publicamente que sua saída da política é definitiva e que não guarda mágoas. Na liderança do LIDE, grupo empresarial que organiza eventos e debates para o setor corporativo, ele tem investido em um tom conciliador. “Saí em definitivo da política. Não tenho ressentimentos, minha alma está tranquila”, declarou.
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