Crise

Sem dinheiro do governo, Tarcísio quer nova forma de financiamento para a TV Cultura

TV Cultura enfrenta crise financeira e governador busca solução


Tarcísio, Maluf e logo da TV Cultura
Tarcísio quer novo modelo para a TV Cultura - Foto: Montagem/NaTelinha

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e representantes da Fundação Padre Anchieta, responsável pela TV Cultura, discutiram alternativas para garantir a sustentabilidade financeira e autonomia editorial da emissora em reunião realizada no Palácio dos Bandeirantes.

O encontro, que buscou suavizar as recentes tensões entre governo e fundação, aconteceu em 30 de julho, mas só agora foi vazado pela Folha, também teve a presença da secretária de Cultura, Marilia Marton, e do presidente da fundação, José Roberto Maluf. A pauta girou em torno de financiamento, cortes orçamentários e uma nova proposta de taxa inspirada no modelo de financiamento britânico da BBC.

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Com o orçamento apertado do estado, Tarcísio enfatizou a necessidade de eficiência e indicou que a TV Cultura deve buscar fontes alternativas de financiamento. Em resposta, o presidente da fundação, José Roberto Maluf, propôs aumentar a arrecadação com recursos privados e utilizar a Lei Rouanet para ampliar o suporte financeiro da emissora.

A ideia de explorar alternativas de captação vem em meio a um período de dificuldades para a TV Cultura. Recentemente, a emissora enfrentou um contingenciamento de cerca de R$ 13 milhões, embora o governo tenha liberado a verba posteriormente. As restrições levaram o conselho da fundação a considerar a criação de um plano de comunicação para alertar o público sobre a possibilidade de cortes em sua programação.

Uma das maiores preocupações dos conselheiros da TV Cultura era a possibilidade de interferências governamentais na programação da emissora. No entanto, Marilia reforçou o compromisso do governo com a autonomia editorial da fundação, afirmando que “não há nenhum movimento pessoal contra nenhuma entidade ou órgão do estado”. Ela frisou que, apesar da necessidade de adaptações orçamentárias, a gestão cultural não pretende ditar os rumos da programação.

TV Cultura, uma nova BBC?

Durante a reunião, Maluf trouxe à discussão uma ideia baseada no modelo da BBC britânica. A proposta, desenvolvida originalmente na gestão do ex-governador Mário Covas, prevê a criação de uma taxa voluntária, a ser incluída nas contas de água e luz, que poderia ser paga por contribuintes que desejassem apoiar financeiramente a TV Cultura.

O governador demonstrou interesse na ideia, chamando-a de “inovadora”, e afirmou que consultaria a Procuradoria do Estado para avaliar sua viabilidade jurídica. No entanto, fontes próximas ao governo indicaram que a implementação da taxa não está, por ora, entre as prioridades da administração estadual.

Outro ponto de debate na reunião foi o papel da publicidade como uma fonte de receita adicional para a emissora. Marilia defendeu um equilíbrio no uso de publicidade, reconhecendo sua importância financeira sem descaracterizar o perfil da TV Cultura. “A emissora precisa de maturidade para não se transformar em uma TV comercial comum, mas também para entender que esse recurso é importante em tempos de austeridade”, explicou a secretária.

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