Publicado em 21/06/2024 às 20:30:00
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), confirmou nesta sexta-feira (21) que seu vice na disputa à reeleição será Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo (PL), ex-coronel da Polícia Militar e ex-presidente da Ceagesp. A escolha, recomendada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em janeiro, foi anunciada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) durante um evento na Zona Sul da capital.
O anúncio foi realizado em uma quadra esportiva, no reduto eleitoral do vereador Milton Leite, presidente da Câmara Municipal e líder do União Brasil na capital. O local do evento foi estrategicamente escolhido para simbolizar a aliança política. Vereadores e apoiadores se reuniram em um evento que teve ares de campanha, destacando a importância da decisão para a candidatura de Nunes.
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O governador Tarcísio de Freitas destacou as qualidades de Mello Araújo, ressaltando sua carreira na Polícia Militar e sua gestão na Ceagesp. “A gente convergiu com o nome do Mello Araújo. É um nome que agrega muita qualidade. Tem uma trajetória ilibada na Polícia Militar, foi testado como gestor no Ceagesp e se saiu muito bem. Agrega, soma, a gente está muito confortável com essa indicação,” afirmou Tarcísio.
Inicialmente, Nunes demonstrou resistência à indicação de Araújo, mas mudou de opinião após um “processo democrático de diálogo”. O prefeito afirmou que, após conhecer melhor a gestão de Araújo na Ceagesp, passou a considerá-lo uma boa escolha. “É preciso valorizar esse processo. O Tarcísio passou a defender, depois veio o apoio do PP, do Republicanos, e fico muito satisfeito que foi uma decisão vinda do melhor ato da democracia, que é o diálogo,” disse Nunes.
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A escolha de Mello Araújo enfrentou resistências tanto do próprio prefeito quanto de partidos da base aliada, que desejavam indicar outros nomes. O PL considerou outros candidatos, como as vereadoras Sonaira Fernandes e Rute Costa, além da delegada Raquel Gallinatti. No entanto, a indicação de Bolsonaro prevaleceu.
Nunes pretendia adiar a decisão até julho, mas foi pressionado a acelerar o processo devido à entrada de Pablo Marçal (PRTB) na corrida eleitoral, o que ameaçava dividir o eleitorado de direita.
O prefeito enfatizou que, ao contrário de seu adversário Guilherme Boulos (PSOL) — que escolheu Marta Suplicy (PT) como vice por indicação de Lula (PT) —, ele não aceitaria imposições e priorizaria o diálogo democrático. Entretanto, Nunes também considerou o impacto de um vice fortemente alinhado com Bolsonaro em sua tentativa de formar uma “frente ampla” que inclua partidos de direita e centro.
São Paulo não é uma cidade predominantemente bolsonarista. Nas eleições de 2022, a maioria dos paulistanos votou em Lula (53,54%) e em Fernando Haddad (54,41%). Uma pesquisa Datafolha divulgada em 30 de maio mostrou que Bolsonaro é rejeitado por 61% dos eleitores da capital, contra 45% de Lula. Esses dados influenciaram a decisão de Nunes ao considerar a escolha de seu vice.
Nunes e Araújo não possuem uma relação próxima, tendo se encontrado apenas algumas vezes durante a gestão de Araújo na Ceagesp. A inclusão de um ex-coronel da Rota na chapa também traz à tona o tema da segurança pública, um tópico que Nunes busca evitar em seus discursos, uma vez que é de responsabilidade principal do governo estadual.
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