Publicado em 29/01/2024 às 20:20:00
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou a Polícia Federal de tentar “esculachar” com ele e sua família durante a operação de busca e apreensão realizada nesta segunda-feira (29) em sua casa em Angra dos Reis. A PF tinha como alvo o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), um dos filhos do ex-mandatário.
“Querem me esculachar, me fazer passar por constrangimento”, afirmou Bolsonaro, em entrevista à coluna de Mônica Bergamo na Folha, acrescentando que a intenção seria encontrar algo que o envolvesse em algum crime. Ele negou qualquer envolvimento com a suposta “Abin Paralela” mencionada na investigação.
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“Estão jogando rede, pescando em piscina. Não tem peixe”, declarou Bolsonaro, reforçando a ideia de que a operação teria motivações políticas.
Segundo o advogado Fábio Wajngarten, que está acompanhando o ex-presidente em Angra dos Reis, Bolsonaro saiu para pescar às 5h50, aproveitando as condições favoráveis do tempo. O presidente estava acompanhado de Carlos e do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
A Polícia Federal chegou à residência em Angra às 7h, entrando na casa por volta das 7h30, segundo relatos. Bolsonaro e seus filhos estavam em alto mar, com sinal fraco de comunicação, e só foram informados sobre a operação por volta das 8h, quando retornaram à casa.
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A ação da PF não se limitou à residência em Angra dos Reis. O gabinete do vereador Carlos Bolsonaro e uma residência no Rio de Janeiro também foram alvos, além de mandados cumpridos em Formosa (GO) e Salvador (BA).
Na live de domingo (28), Bolsonaro negou a existência de uma “Abin Paralela” e chamou Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), de “cara fantástico”. A investigação apura se a Abin teria espionado ilegalmente adversários políticos da família Bolsonaro, utilizando o software espião First Mile.
A PF afirma que as medidas desta segunda-feira visam “avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin”.
A operação ocorre como desdobramento da operação Vigilância Aproximada, deflagrada em outubro de 2023, que investiga o uso do software de geolocalização e a produção de relatórios sobre ministros do STF e políticos adversários do ex-presidente.
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