Hacker entrou no ministério da Defesa de máscara

Sob solicitação das forças militares, o hacker Walter Delgatti Neto ingressou de forma discretamente mascarado nas instalações do Ministério da Defesa, numa tentativa de evitar o reconhecimento público.

De acordo com o depoimento do também hacker Ariovaldo Moreira, tal solicitação se materializou quando Delgatti foi convocado a analisar o código-fonte da urna eletrônica e avaliar suas vulnerabilidades para uma possível invasão do sistema. Estas informações foram reportadas pelo veículo Metrópoles.

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Durante seu testemunho perante a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) realizada em 8 de Janeiro, o hacker revelou que sua presença no edifício ministerial ocorreu em cinco ocasiões distintas ao longo do ano de 2022. Nessas ocasiões, ele se encontrou com o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira e com membros da equipe técnica da área de tecnologia.

"Eles se dirigiam ao TSE e transmitiam a mim o que haviam observado, visto que não dispunham de acesso à internet, impossibilitando a cópia de partes do código. Eles memorizavam fragmentos do código e me repassavam. Nesse processo, eu fornecia orientações", declarou.

Entenda a dinâmica do hacker

As diretrizes advindas dessas interações foram incorporadas ao relatório que o Ministério da Defesa endereçou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), questionando a confiabilidade das urnas eletrônicas. Ele explicitou na CPMI: "Eu pessoalmente não inseri os dados, mas fui o responsável pelas orientações fornecidas, uma vez que todas as informações presentes no relatório foram concebidas por mim".

O hacker afirmou que foi conduzido até o Ministério da Defesa por iniciativa do ex-presidente Jair Bolsonaro, após ser introduzido a essa rede de contatos pela deputada Carla Zambelli (PL-SP).