Publicado em 24/07/2023 às 12:58:00,
atualizado em 24/07/2023 às 13:05:56
Élcio Queiroz, ex-policial militar detido desde 2019, admitiu em uma delação premiada à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro que Ronnie Lessa, ex-policial reformado que também está preso há quatro anos, foi o responsável por assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes com uma submetralhadora.
Ambos enfrentarão julgamento pelo Tribunal do Júri, embora a data da sessão ainda esteja indefinida. Élcio forneceu detalhes do caso e afirmou que dirigia o veículo utilizado no ataque. As informações foram divulgadas pelo ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), durante uma coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (24).
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Em seu depoimento, Élcio revelou que o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, estava inicialmente designado para vigiar a vereadora e participar do atentado em seu lugar, mas acabou sendo substituído pelo ex-PM. Suel foi preso nesta segunda-feira na Operação Élpis.
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Em 2020, Suel já havia sido detido e, em 2021, foi condenado a quatro anos de prisão por obstruir as investigações do Caso Marielle; ele estava cumprindo pena em regime aberto. Segundo o MPRJ, Maxwell era o proprietário do carro utilizado para esconder as armas encontradas no apartamento de Ronnie Lessa, seu amigo. Ele também teria auxiliado no descarte das armas no mar, a fim de eliminar provas do crime.
O ministro afirmou que Élcio Queiroz, réu por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, receberá benefícios em virtude do acordo de delação, mas continuará preso. De acordo com Dino, a delação e a prisão de Suel representam um "evento de grande importância" e encerram a investigação sobre a execução das vítimas. "As cláusulas do acordo ainda estão sob sigilo judicial, mas posso afirmar que o senhor Élcio continuará detido em regime fechado. Ele permanecerá onde se encontra", detalhou.
Contudo, as investigações prosseguem para identificar os possíveis mandantes do crime, e, conforme afirmou o ministro durante a coletiva desta segunda-feira (24), levarão "sem dúvida" aos responsáveis pelo assassinato de Marielle Franco.
"Isso permitirá que tenhamos, com clareza, uma proteção à atividade política, especialmente das mulheres no Brasil", disse ele. "A vereadora é um símbolo neste momento de luta contra a impunidade, um exemplo de como a união das instituições pode alcançar melhores resultados", complementou.
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