Ricardo Salles está furioso com Bolsonaro

Ricardo Salles (PL) está magoado e profundamente irritado com Jair Bolsonaro (PL). Embora o deputado federal não tenha coragem de reclamar publicamente de seu incômodo, ele não gostou nada de saber da reunião de seu ex-chefe com o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), para tratar de apoio para sua reeleição.

Segundo fontes ouvidas pelo NaTelinha, Salles quer ser o candidato de Bolsonaro em São Paulo a todo custo em 2024. A aliados, ele disse que o ex-presidente deve esse apoio depois de tudo que aconteceu durante o mandato. O parlamentar chegou a lembrar que fez exatamente o que estava na agenda bolsonarista enquanto foi ministro do Meio Ambiente, ainda que tivesse que enfrentar a ira da opinião pública.

A reclamação é procedente, de acordo com especialistas ouvidos pela reportagem. Bolsonaro passou pela capital paulista em visita ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), um de seus maiores aliados, mas acabou aceitando se encontrar com o prefeito, que nunca compôs sua base aliada e sempre foi visto como uma espécie de terceira via.

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Nas eleições de 2022, o MDB declarou independência, mas praticamente todos ficaram com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno, inclusive a própria candidata do partido, Simone Tebet, que ganhou um ministério após a vitória do petista.

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A pessoas próximas, Bolsonaro tem dito que está dividido. Ele entende que uma derrota de um nome tão ligado diretamente a ele como é Salles cairia em seu colo. Por outro lado, apoiar Nunes significa apenas um apoio e que uma eventual derrota não seria atribuída a ele. O próprio ex-presidente reconhece que vencer na capital paulista não é tarefa fácil.

No mais recente levantamento divulgado pela Paraná Pesquisas, Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato de Lula, aparece liderando com folga, tendo 31,5%. O prefeito Ricardo Nunes vem logo depois com 17,8% e Ricardo Salles em terceiro lugar com 10,9%. Boulos foi para o segundo turno em 2020, mas perdeu para Bruno Covas, que se sagrou vencedor com Nunes como vice. Com a morte de Covas, ele assumiu o poder.