Comunicação de Lula vive em pé de guerra e queda de braço pode definir futuro

A comunicação do governo Lula (PT) enfrenta um momento delicado no final do primeiro semestre da atual gestão. A guerra está instalada entre influenciadores da base aliada, catapultados por André Janones (Avante), que não esconde a insatisfação com os caminhos da Secom (Secretaria de Comunicação). Do outro lado está o ministro Paulo Pimenta (PT), que resiste a mudar o estilo para agradar o mundo digital.

Tudo começou quando Janones passou a fazer críticas públicas às postagens oficiais do governo nas redes sociais. Para o deputado federal, o estilo acadêmico e formal afasta o público e não atinge resultados. O parlamentar chegou a comparar um vídeo oficial da administração com um de seus posts no Facebook, que atingiu muito mais visualizações.

Em entrevista à GloboNews, Pimenta rebateu categoricamente. “Não esperem da Secom uma política de ‘lacração’. Não é essa a função da Secom. Muitas vezes as pessoas confundem com o trabalho nas redes de um parlamentar, partido político”, afirmou sem recuar.

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O NaTelinha apurou que o clima não está bom. A princípio porque Janones esperava maior cuidado por parte do governo com seu nome e se sentiu desprestigiado ao ser barrado da CPMI dos atos antidemocráticos. Aliados afirmaram que ele teria jogado toda a frustração na Comunicação para atingir o PT, que seria responsável por barrar seu nome.

Alguns influenciadores que ajudaram a eleger Lula entraram na batalha, concordando com o deputado federal e pedindo mais espaço para divulgarem os trabalhos da atual administração. A maioria dele vem fazendo este trabalho de modo voluntário, mas ganha repercussão de um público que não costuma acompanhar influencers, ao menos é essa a visão do partido de Lula.

Pimenta tem a confiança do presidente, segundo fontes ouvidas pela reportagem. Porém, não trata-se de uma queda de braço simples, já que a primeira-dama, Janja da Silva (PT), muito próxima de influenciadores, também não estaria satisfeita com a forma passiva com que a Secom estaria agindo. Isso pode indicar mudanças de rumos nos próximos meses.