Arthur Lira manda recado para Lula após comparações com Eduardo Cunha
Presidente da Câmara rechaçou a comparação da relação Dilma e Cunha
Publicado em 31/05/2023 às 19:45,
atualizado em 01/06/2023 às 13:02
Arthur Lira (Progressita) não gostou nada de ver seu nome ligado ao de Eduardo Cunha (MDB) nos últimos dias. O presidente da Câmara mandou um recado para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e deixou claro que não pretende ter o mesmo comportamento de seu antecessor e que jamais aceitaria o impeachment de um Chefe de Estado apenas por uma má relação com o governo.
O NaTelinha ouviu de várias fontes em Brasília que Lira realmente está incomodado com a falta de traquejo político de uma ala do governo Lula que não tem negociado com o parlamento. A partir daí ele usou a influência para impor derrotas importantes para a atual gestão, como a aprovação do marco temporal, ocorrida na última terça-feira (30).
Por conta disso, iniciou-se uma onda de boatarias de que Lira estaria irritado com Lula e que a relação do presidente da Câmara com o da República estava indo por água abaixo. Nos bastidores de Brasília, o deputado passou a ser chamado como Eduardo Cunha 2.0.
O apelido é uma referência ao ex deputado que foi presidente da Câmara em 2015 e responsável por aceitar a abertura do processo de impeachment contra Dilma Rousseff (PT). Todos os políticos atualmente concordam que o processo só aconteceu por conta da péssima relação entre os dois e que a situação poderia estar se repetindo agora.
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Em conversa com Lula nesta quarta-feira (31), Lira rechaçou o apelido e tranquilizou o presidente. Embora tenha dado sugestões para o governo melhorar a relação com o parlamento, ele deixou claro que não vai usar o cargo para fazer ameaças e que não existe a menor possibilidade de abrir um processo de impeachment contra o presidente. "Vamos deixá-lo governar", foi o recado que o parlamentar mandou.
Por outro lado, o presidente também demonstra tranquilidade em conversas com aliados. Ele sabe que tem muito mais força política que Dilma e que o contexto do país é outro. Enquanto em 2015 o Brasil passava por uma forte crise econômica, neste momento ele recolocou algumas áreas importantes nos eixos e vem sendo elogiado por fatia significante da população. Com isso, Lula tem a paz de convicção de que não há clima político para nenhum movimento de impeachment.