Em 1993

Há 30 anos, novela da Globo ficou marcada por morte de autor consagrado

O Mapa da Mina foi o último trabalho de Cassiano Gabus Mendes, que morreu antes do fim da trama

Filho do autor, Cássio Gabus Mendes formava par romântico com Carla Marins em O Mapa da Mina - Foto: Nelson Di Rago/Acervo Globo
Por Walter Felix

Publicado em 29/03/2023 às 05:27:00

Há exatos 30 anos, em 29 de março de 1993, a Globo levou ao ar o primeiro capítulo de O Mapa da Mina. Exibida às 19h, a novela ficou marcada como o último trabalho do veterano autor Cassiano Gabus Mendes (1929-1993), pioneiro da TV e responsável por grandes sucessos. Ele morreu de infarto do miocárdio, a menos de três semanas do fim da trama.

O Mapa da Mina marcava o retorno do escritor às 19h depois de uma experiência às 20h com Meu Bem Meu Mal (1990). Na faixa, tradicionalmente dedicada à comédia, ele apresentou títulos marcantes, como Anjo Mau (1976), Locomotivas (1977), Elas por Elas (1982), Ti Ti Ti (1985), Brega & Chique (1987) e Que Rei Sou Eu? (1989).

Seu último trabalho, contudo, deixou a desejar. A história da busca por um tesouro perdido, cujo mapa está tatuado no corpo de uma jovem noviça, Elisa (Carla Marins), não conseguiu cativar o público. Na época, a audiência e a repercussão da trama foram suplantadas por Mulheres de Areia (1993), que a Globo exibia às 18h.

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Cassiano deixou todos os capítulos de O Mapa da Mina escritos. Uma de suas colaboradoras, Maria Adelaide Amaral, revelou em entrevista que o veterano já não estava bem de saúde e que a novela teve o término antecipado porque não fez o sucesso esperado. Houve, inclusive, reformulações e a entrada de novos personagens no decorrer da história.

A morte do novelista aos 64 anos, em 18 de agosto de 1993, foi assunto no Jornal Nacional daquele dia. No velório, Lima Duarte se emocionou ao falar do amigo: "Ele foi o primeiro diretor de televisão da América Latina. Ele fez tudo... E morreu pobre. Poucos diretores de televisão no mundo podem sustentar esse galardão".

Cassiano Gabus Mendes foi um dos pioneiros da TV no Brasil, tendo atuado também como ator, roteirista, diretor, produtor, sonoplasta e contrarregra desde os anos 1950. Então diretor artístico da Tupi, ele participou da concepção de Beto Rockfeller (1968), de Bráulio Pedroso (1931-1990), que introduziu uma nova teledramaturgia, com linguagem moderna e fugindo do melodrama.

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