Nunca reprisada

Novela exibida há 20 anos flopou tanto que fez Globo quebrar protocolo

Sabor da Paixão deu recorde negativo de audiência, e emissora abriu mão de tradição


Letícia Spiller e Luigi Baricelli em Sabor da Paixão
Há 20 anos, Letícia Spiller e Luigi Baricelli viveram par romântico principal de Sabor da Paixão - Foto: Divulgação/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 21/03/2023 às 05:41,
atualizado em 21/03/2023 às 10:55

A Globo encerrava há exatos 20 anos uma das novelas menos lembradas das 18h. Com Letícia Spiller e Luigi Baricelli, Sabor da Paixão flopou tanto que fez a emissora quebrar um protocolo. Pela primeira vez em décadas, o último capítulo, exibido na sexta-feira, não teve reprise no sábado, preterido por um jogo de futebol.

Em vez de apresentar o último capítulo de Sabor da Paixão, a Globo apostou na final do Campeonato Paulista. Até hoje, a emissora dificilmente abre mão de uma novela, seu produto de maior audiência. Em casos raros, para a transmissão de eventos importantes, o capítulo é exibido mais cedo ou mais tarde que o horário tradicional.

Não houve essa preocupação em março de 2003. Escrita por Ana Maria Moretzsohn, que vinha do sucesso de Estrela-Guia (2001), e com direção de Denise Saraceni, a trama da vez derrubou o Ibope. A média de 24 pontos na Grande São Paulo foi a menor daquela época, superando negativamente Força de um Desejo (1999), que havia fechado com 25.

Sabor da Paixão
Edson Celulari viveu o alcoólatra Jean Valjean em Sabor da Paixão - Foto: Divulgação/Globo

Reportagem da Folha de S. Paulo apontou que a novela das seis só não bateu o recorde negativo daquele período por causa do aumento do número de domicílios com TV na Grande São Paulo. Assim, Sabor da Paixão superava em telespectadores absolutos algumas antecessoras, como A Padroeira (2001), cuja média no Ibope tinha sido de 26 pontos.

Vendida como um conto de fadas moderno, ambientada no bairro carioca da Lapa e com cenas em Portugal, a novela narrava o romance entre Diana (Letícia Spiller) e Alexandre (Luigi Baricelli), de classes sociais distintas. O casal é impedido de ficar junto principalmente pelas armações da ambiciosa mãe do rapaz, a vilã Zenilda (Arlete Salles).

A história não conseguiu fisgar o público, teve seu término antecipado em um mês e nunca foi reprisada. A sucessora na faixa, Agora é que são Elas (2003), elevou um pouco os números, mas também passou batida. O horário só seria salvo, de fato, por Chocolate com Pimenta (2003), atualmente em edição especial nas tardes da Globo.

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