Publicado em 31/05/2022 às 05:51:00,
atualizado em 31/05/2022 às 08:56:04
O Cravo e a Rosa (2000), no ar atualmente nas tardes da Globo, marcou o retorno de Taumaturgo Ferreira a um papel de destaque nas novelas, após alguns anos afastado dos folhetins por ter sido expulso de Renascer (1993). O ator, que interpreta o caipira Januário no sucesso de Walcyr Carrasco, já disse várias vezes que considera a trama como uma virada em sua carreira.
“Eu fui cancelado. Durou seis anos. Queriam que eu fizesse uma coisa mais rural, da Bahia. Eu tinha combinado com o diretor que meu personagem (José Venâncio) não teria sotaque nem falaria “oxente” e “painho”. Porque ele era um cara que tinha estudado fora, mais sofisticado, namorava uma hermafrodita… Eu não via sentido. Combinei com o diretor para não fazer. Só que se esqueceram de combinar com os russos [risos]", contou ele, em entrevista à coluna de Patrícia Kogut, no Jornal O Globo.
O veterano detalhou o que aconteceu e admitiu que ficou marcado pela situação. "Aí me picharam, disseram que eu fazia um papel muito afetado e sofisticado para aquela família. Fui sentindo uma resistência. Me expulsaram no capítulo 50 ou 60, não lembro. E nessa hora aparece todo mundo que não vai com a sua cara para chutar cachorro morto. Então, o Januário foi minha volta por cima na Globo. Foi uma grande oportunidade de mostrar que eu também poderia fazer um papel não só do irreverente, blasé e debochado."
"Se te expulsam de uma novela, quando você faz outras, fica aquela sensação de que a qualquer momento podem te tirar. Demorou para passar isso. Nem sei se passou, sabia? Quando está todo mundo adorando, aí você se esquece disso. No momento em que me tiraram, eu nem me dei conta. Não dei muita atenção para isso. Só fui vendo como se refletiu na minha carreira anos depois", lamentou, dizendo ainda que depois disso não conseguiu mais contratos longos na Globo e foi para a Record. Taumaturgo não foi o único a ser retirado do elenco de uma novela, confira outros atores que tiveram que deixar as produções enquanto elas ainda estavam em andamento:
Assim como Taumaturgo Ferreira, Osmar Prado também saiu de Renascer. Em 2015, durante entrevista para o programa Grandes Atores, no Canal Viva, o intérprete de Tião Galinha falou sobre o episódio. O veterano lembrou que teve um embate com um executivo do canal e sabia que seu personagem iria morrer, mas não sabia quando, então pediu para que a morte fosse antecipada. Ele ainda revelou que Benedito Ruy Barbosa, autor da trama, chegou a lhe oferecer ajuda, mas ele negou.
"Era para matar o personagem, ia voltar a fazer teatro em São Paulo. Aí eles botaram o Tião se suicidando. O Tião foi preso, foi pra cadeia, e se matou. Aí falei pro Luiz Fernando Carvalho [diretor da novela] que a cena não estava completa. Como que esse personagem, com tanta força, vai se matar por nada? Disse que queria uma bofetada na minha cara, bater em uma pessoa digna", completou.
O veterano ainda disse que a direção da Globo chegou a pedir para que ele "baixasse o tom" de suas interpretações. "A novela que tem que subir. Não sou eu quem devo me conter. E se achar por bem que tem que tirar o personagem, não será nem o primeiro nem o último", disparou.
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Em Pátria Minha (1994), Vera Fischer vivia a protagonista Lídia Laport e contracenava com Felipe Camargo, seu marido na época. Porém, desentendimentos entre o casal e até mesmo recusas de se encontrarem durante as gravações fizeram com que o autor Gilberto Braga (1945-2021) não tivesse outra opção, a não ser matar os personagens, que saíram da trama porque foram carbonizados em um incêndio. As notícias eram de que as brigas entre os dois eram recorrentes e a atriz teria chegado a aparecer para gravar com o antebraço esquerdo quebrado, o que provocou alteração em diversos capítulos.
Além disso, as faltas e atrasos da loira para os compromissos com a novela já estavam irritando outros atores, inclusive Tarcísio Meira (1995-2021), que só saía de casa para gravar quando era avisado de que a colega já estava nos estúdios. Na época, Dennis Carvalho, diretor-geral da trama, lamentou. "Nunca passei por nada igual na TV. Antes de tudo, são dois colegas e gosto muito do trabalho deles", disse, se referindo à Vera e Felipe.
Em 1995, Maitê Proença vivia a antagonista Heloísa, em Cara & Coroa, e se surpreendeu ao receber um bloco de capítulos que continha a cena da morte de sua personagem, que cairia de um penhasco após uma briga. A atriz não se entendia bem com o diretor Wolf Maya e a saída de sua personagem da trama aconteceu depois que os dois tiveram uma desavença mais séria.
Maitê não foi comunicada previamente de que Heloísa morreria e Miguel Falabella, seu colega de elenco, que interpretava seu amante na novela, relembrou a situação em um depoimento para o livro Autores, Histórias da Teledramaturgia. O ator contou que, quando leu os capítulos da briga no penhasco, Maitê ligou para ele, já imaginando o que aconteceria. "Não deu outra. Ela ficou furiosa, com toda a razão, porque não tinha sido avisada de que sairia da novela", comentou Miguel.
Na época, surgiram alguns rumores de que Wolf Maya não era a favor do romance de Maitê com Victor Fasano, protagonista da novela. Os dois começaram a namorar durante a novela e viveram um breve relacionamento.
No fim do ano passado, a Globo optou por encerrar o vínculo de Camila Queiroz com a emissora depois que a atriz fez algumas exigências para assinar a extensão de contrato necessária à gravação das cenas finais de Verdades Secretas 2.
Segundo a Globo informou na época, a mulher de Klébber Toledo quis determinar o desfecho da personagem Angel "e exigiu um compromisso formal de que faria parte de uma eventual terceira temporada da obra, além de outras demandas contratuais inaceitáveis".
Assim que a emissora anunciou o fim do contrato com Camila, a atriz se pronunciou nas redes sociais e deixou claro que o clima de gravações ia de mal a pior. Para driblar a ausência da protagonista nas cenas finais, a direção da novela, recorreu a uma dublê.
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