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Atriz de Quanto Mais Vida, Melhor abandona imagem de boazinha: "Ser má em cena é um tesão"

Valentina Bandeira realiza sonho de interpretar vilã após personagens do bem em novelas e quatro anos no Zorra

“Foi um ano de gravação durante os momentos mais tensos da pandemia. Eram os únicos momentos de alegria que eu tinha na vida: quando eu estava trabalhando”, revela Valentina Bandeira - Foto: Divulgação/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 29/11/2021 às 06:15:00,
atualizado em 29/11/2021 às 10:38:19

Valentina Bandeira promete aprontar na pele da vilã Cora em Quanto Mais Vida, Melhor. A personagem em nada lembra as últimas experiências da atriz em novelas, marcadas por papéis de boazinha. “Ser má em cena é um tesão”, diz a artista de 27 anos em entrevista exclusiva ao NaTelinha, revelando estar realizando um sonho de infância na nova atração das 19h na Globo.

“Sempre quis fazer uma vilã, desde pequena, até porque eu assistia a muitas novelas e não me reconhecia nas boazinhas”, comenta Valentina Bandeira. Ela estreou em novelas na pele da centrada Danusa de Geração Brasil (2014) e manteve o bom-caráter como a simpática Janaína de Totalmente Demais (2015).

“Essa energia, essa frequência da vilã permite uma profundidade, porque ela pode ser humanizada. Quando isso acontece, as pessoas em casa ficam confusas, porque querem gostar daquela pessoa, um misto de amor e ódio. Essa ambiguidade deixa o trabalho ainda mais prazeroso.”

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Na história, Cora trabalha como dançarina da boate Pulp Fiction e convida Flávia (Valentina Herszage) para participar de um assalto no aeroporto, um dos pontos de partida da história. Louca para se vingar da parceira, que escapou da polícia, a vigarista vai parar na prisão e se envolve com Roni (Felipe Abib), o irmão barra-pesada de Neném (Vladimir Brichta).

A intérprete garante que Cora vai mostrar características mais sensíveis, que tendem a despertar identificação do público. “O texto do Mauro Wilson me deu a oportunidade de humanizar a Cora, de dar vários tons a ela e poder saborear essa sofisticação de levá-la para vários lugares. É uma delícia ser vilã.”

Valentina Bandeira teve crise de choro após contracenar com “velha guarda” da TV

As gravações de Quanto Mais Vida, Melhor perpassaram todo o ano de 2021. As gravações começaram em dezembro de 2020, e Valentina Bandeira ingressou no elenco em janeiro. “Foi um ano de gravação durante os momentos mais tensos da pandemia. Eram os únicos momentos de alegria que eu tinha na vida: quando eu estava trabalhando”, revela.

“A novela trouxe uma carga de esperança e a noção de como o trabalho organiza a nossa psique. Estávamos em um momento de total desamparo, inclusive por parte do governo. Esse trabalho organizou, deu uma rede, uma base, uma noção de segurança para a organização mental. Espero que isso seja transmitido para o público.”

No dia da estreia da novela, a jovem atriz postou um vídeo em seu perfil no Instagram (veja abaixo) em que chorava, emocionada por ter contracenado com ídolos de toda a vida. “Eu me vi numa mesa com Zezeh Barbosa, Marcos Caruso, Elizabeth Savalla e Stepan Nercessian, que são pessoas a que eu assisti a minha vida inteira. Tenho realmente uma devoção por essa que é, atualmente, a velha guarda.”

“Sou obcecada por televisão. Sou filha única, então eu acordava, ligava a televisão, ficava o dia inteiro vendo. Foram esses atores que criaram minha noção do que é ser um ator e de como a minha profissão se dá nesse país. São símbolos da cultura nacional. Foi uma sensação de conquista muito profunda”, define.

Além da experiência em novelas, Valentina passou quatro anos no elenco do extinto Zorra. Quanto Mais Vida, Melhor marca uma fase de maior segurança para a artista. “Foi um trabalho que me permitiu aplicar todas as minhas referências e conhecimentos, tudo o que eu trouxe até aqui.”

“Consegui entender e reconhecer que eu já tenho muita experiência, e isso me deu uma segurança que até então eu não tinha. Entendi que já saco muito e consigo entregar um trabalho na velocidade que a televisão precisa, com toda a dedicação. Por causa da pandemia, também consegui aproveitar no momento em que as coisas estavam acontecendo, sabe? Essa noção de que precisamos aproveitar a vida e se entregar de corpo e alma ao momento presente foi algo que consegui aplicar nesse trabalho.”



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