Publicado em 19/06/2021 às 08:55:09
O Rei do Gado estreou em 17 de junho de 1996 na faixa das 21h (ainda era novela das oito, na verdade) e fez grande sucesso na Globo. Suas reapresentações em 1999 e principalmente em 2015, em comemoração aos 50 anos da emissora, também foram exitosas. Mas quase que a trama não saiu do papel. O motivo? O excesso de italianos na dramaturgia do canal.
Segundo noticiou O Globo em 1995, a ordem era vetar italianos em novelas depois de um núcleo parecido em A Próxima Vítima. Benedito Ruy Barbosa, autor do folhetim, havia elaborado a sinopse partindo de um flashback, narrando a trajetória dos imigrantes italianos no Brasil. Ninguém queria abrir mão de suas posições, mas o autor acabou vencendo a queda de braço.
Benedito ficou aliviado quando teve sua ideia aprovada sem mexer numa só linha meses depois. Conseguiu Luiz Fernando Carvalho para a direção, além de garantir Antônio Fagundes no papel principal. Segundo especulava-se na imprensa da época, o folhetim poderia perder o horário para Aguinaldo Silva, que projetava Mar Morto (cogitou-se a ideia de se fazer uma minissérie posteriormente, após perder a faixa para Benedito), que se transformou no sucesso Porto dos Milagres quatro anos mais tarde.
VEJA TAMBÉM
Na novela que foi ao ar em 1996, vieram discussões que até então jamais tinham sido trazidas à tona em novelas (ao não ser em Meu Pedacinho de Chão, do próprio Benedito, em 1971), como a reforma agrária (discutida até hoje) e a luta dos trabalhadores do Movimento dos Sem Terra (MST). Em entrevista à Folha de S.Paulo em 1996, Benedito afirmou que uma novela não pode ser alienante e deve informar o público, sempre sendo útil à sociedade, para que o país possa abrir os olhos para sua realidade.
Coincidentemente, O Rei do Gado estreou dois meses depois da morte de 19 trabalhadores sem-terra no Pará, que ficou nacionalmente conhecido como o Massacre de Eldorado dos Carajás. Em meio a tudo isso, uma grande história de amor – afinal, é disso que as novelas sempre tratam – entre dois jovens (Henrique e Giovanna, vividos por Leonardo Bricio e Letícia Spiller, respectivamente) de famílias rivais.
O cuidado com a produção foi grande. Luiz Fernando Carvalho queria conduzir a história dando tratamento cinematográfico, com sequências longas, iluminação detalhista e imagens de encher os olhos.
O cuidado era tanto que numa gravação na Itália foram contratados atores verdadeiramente italianos (os diálogos foram legendados, ainda na primeira fase) e “importados” cerca de 100 nigerianos radicados para viverem os pracinhas negros numa determinada cena. Tudo por conta do realismo exigido pelo autor.
Uma das outras grandes marcas de O Rei do Gado é a trilha sonora. A trama teve dois CDs lançados, que, juntos, obtiveram a maior vendagem de cópias de trilhas de novelas até então. Apenas o primeiro volume, entre CDs e LPs, bateu a marca de 1,5 milhão de vendas.
Vilã não morreu
Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel
Estreou na TV aos 7
Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web
Fúria
Cara de pau
Negócio
Embate
Bancando o detetive
Cúmplices
Inimizade de lado
Lágrimas
Atemporal
Endoidou
Medo
Estrela
Fim
É o amor
Mais sofrimento
Novo plano
Momento dramático
Exclusivo
É o fim?
Esperta