Publicado em 04/11/2020 às 06:16:00
Grande vilão de Flor do Caribe (2013), Igor Rickli, 36, confessa ter sido muito criticado na época em que a novela das seis da Globo foi ao ar pela primeira vez. "Isso me desestabilizou demais. Era muita pressão que sentia. Não queria desapontar ninguém. Muito menos o Jayme Monjardim, que me deu a oportunidade, qual vou ser para sempre grato", abre o coração.
O ator conta que seus colegas de cena, Grazi Massafera e Henri Castelli, deram dicas de como ele poderia superar essa fase. "Passei por um período bem difícil. Até aprender, muito com a Grazi e o Henry, a ligar um 'dane-se' para qualquer crítica. Eu estava fazendo meu trabalho por amor ao meu ofício", diz. "Aí, tudo começou a ficar mais leve. Aprendi ali, na prática, com o personagem, a não me levar tão a sério", conta.
Alberto marcou a estreia de Igor nas novelas. Antes, seu único trabalho na TV foi no episódio "Uma Noite na Ópera", no seriado "A Vida Alheia" (2010), de Miguel Falabella e Carlos Lombardi.
De acordo com o ator, o vilão foi o tipo de personagem capaz de conquistar o telespectador apesar do perfil cruel. "Meu malvado favorito, Alberto foi um personagem que até hoje muita gente fala comigo que queria matar, mas que, no fundo, amava [risos], comemora.
"Adoro isso, quando consigo esse efeito no público, de defender meus vilões. Meu malvado favorito me deu muito trabalho. Fiz de um tudo para essa novela, incansáveis aulas de esgrima, piano, voz, preparação com coachs, levei muito a sério esse projeto", lista.
Também por isso, os olhos de Igor brilham quando ele fala de Flor do Caribe. "Lutei muito pra chegar na TV. Era meu sonho!", vibra. "Eu já fazia teatro, mas saí do interior do Paraná predestinado a trabalhar na TV. Era quase uma questão de honra", recorda.
"Flor do Caribe foi meu prêmio. Rolava no chão de casa igual criança quando soube que estava escalado. Também abriu portas pra muitos outros trabalhos. Sem dúvidas, um divisor na minha vida", se derrete.
Ator de teatro, uma das grandes surpresas para Igor foi poder contracenar com uma colega de longa data, Claudia Netto, que no folhetim das seis interpretou sua mãe.
"Amava as cenas com minha parceira, Claudia Netto. Trabalhei com ela no teatro em 'Judy Garland' e, do teatro, fomos juntos pra TV. De novo como dupla, mas dessa vez mãe e filho. Eu me sentia em casa com ela. É uma grande atriz, que me orgulho demais de ter trabalhado ao lado", fala com carinho.
Na trama de Walther Negrão, Alberto disputava com Cassiano o coração de Ester. Para ter a mulher que amava em seus braços, ele foi capaz de armar para cima do amigo de infância que passou sete anos preso em uma mina, na Guatemala.
Com personagem tão intenso, o ator cita as cenas em que o vilão perdia o controle emocional como as mais difíceis. "Ih, foram tantas!", brinca. "Quando Alberto enlouquecia, ele gritava, chorava e quebrava tudo. Era difícil para caramba, mas também o momento que mais amava. Intensidade é com a gente mesmo", ressalta.
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Com gravações no Rio Grande do Norte e no Caribe, Rickli destaca a viagem para Natal como uma experiência fantástica. "Viajar para Natal foi sensacional. Passamos um mês quase juntos. Tenho melhores amigos até hoje desse elenco", garante.
O ator ri ao se lembrar que por causa de um passaporte vencido ele foi impedido de embarcar para a Guatemala junto da equipe. "Sobrevivi a essa gafe de iniciante e quase tive um infarto no saguão do aeroporto, com toda a equipe pronta pra embarcar pra Guatemala, quando o atendente me falou que meu passaporte estava vencido", relata.
"Isso foi logo no início da novela, queria sumir do planeta", ri alto. Sempre fui desatento com qualquer burocracia, aliás, detesto. Consegui embarcar no dia seguinte por ajuda de alguma alma boa e deu tudo certo no final das contas. Hoje eu rio, mas sofri na época", avalia.
Fazendo par romântico com Grazi Massafera, Igor é só elogios para a protagonista. "Grazi é admirável! Um exemplo claro de como se fortalecer sem perder a ternura", derrete-se.
"Foi muito, mas muito generosa e profissional comigo, me alertando de vários macetes em cena e fora dela. Ela me mostrou o quanto o meio artístico pode ser cruel. Tenho muito respeito e carinho por ela. Somos os dois bichos do Mato. Falávamos sempre com sotaque caipira. Dividimos boas risadas", detalha.
O vilão da novela das seis não esquece de citar com carinho o diretor da trama, Jayme Monjardim. "Jayme é um gentleman, morria de medo de desapontá-lo porque ele me deu uma oportunidade única. Eu sou muito grato a ele. Espero um dia poder retribuir a generosidade que teve comigo", diz.
O ator que em breve poderá ser vista em Gênesis, novela da Record, no papel de Lúcifer, finaliza a conversa avaliando o período de isolamento social por causa da pandemia do Covid - 19. "Péssimo! Muitas coisas aconteceram nesses últimos meses... Não vejo a hora que tudo isso acabe", conclui.
Fique por dentro dos próximos capítulos de Flor do Caribe e outras produções acessando o canal de Novelas do NaTelinha.
Quer saber mais? Confira o resumo semanal da novela Flor do Caribe de 02/11/2020 a 07/11/2020.
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