Novo A Pequena Sereia não tem magia, apenas o encanto da nostalgia

Um clássico está de volta! Estreou nos cinemas nesta quinta, 25, o filme A Pequena Sereia - versão live action (com atores de carne e osso) da clássica animação de 1989, aquela que encantou gerações. Mas será que a nova adaptação mantém o encanto?

A história é aquela que você já conhece, baseada no conto de Hans Christian Andersen: Ariel (Halle Bailey) é uma jovem sereia filha de Tritão (Javier Bardem), o Rei dos Mares. Apesar da vida da realeza, ela é maravilhada pelo mundo dos humanos. Um belo dia a adolescente salva a vida do príncipe Eric (Jonah Hauer-King), por quem se apaixona.

Repreendida pelo pai, Ariel é abordada pela vilã Ursula (Melissa McCarthy) - que faz a proposta: dar pernas humanas para a sereia. Mas tem uma pegadinha: ela tem apenas três dias para conseguir um beijo do amado, ou será para sempre da bruxa - que busca se vingar de Tritão. Por isso, Ariel acaba ficando sem a sua bela voz, dificultando a missão.

Apesar de seguir as mesmas linhas gerais, há importantes diferenças na nova adaptação. Entre elas, o live action traz mais diversidade no elenco e dá mais espaço para o espectador conhecer Eric. Além disso, introduz músicas novas, de Lin-Manuel Miranda (do musical Hamilton).

O final também é um pouco alterado, posicionando mais a Ariel em um contexto no qual vivemos atualmente.

No entanto, A Pequena Sereia de 2023 sofre de alguns dos mesmos vícios da animação dos anos 1980 - que, apesar de ser representativa de um momento de virada da Disney, é inferior ao que o estúdio faria nos anos seguintes, com desenhos animados como O Rei Leão.

Para piorar, o diretor Rob Marshall e as equipes de arte escorregam bastante no visual. Ariel não tem o contraste ideal em relação aos fundos escuros do mar e os personagens antropomórficos estão feios. A produção ficou no meio do caminho entre o realístico e o fantástico, o que deixou Sebastião, Linguado e companhia desconjuntados.

Na mesma linha, as cenas no fundo do mar são extremamente falsas. A dinâmica “fake” funcionava em um desenho infantil, mas não faz sentido no contexto do cinema atual - que nos brindou com Avatar: O Caminho da Água há seis meses.

Quando se soma tudo isso, acaba faltando magia para A Pequena Sereia. Agora, será que vale a pena assistir na tela grande?

Diria que sim. Apesar dos problemas, ainda é uma experiência. É bom só deixar a nostalgia do lado de fora do cinema: é possível que você também perca o encanto.

Outras estreias da semana

Além de A Pequena Sereia, chega aos cinemas Campeões, remake do espanhol Campeones - sim, mais uma versão em inglês porque os americanos não lêem legendas.

No filme, Woody Harrelson é Marcus, um técnico assistente da J League (uma liga menor de basquete nos EUA) que sonha com a NBA. Porém, ele bate o carro embriagado e é sentenciado a 90 dias de trabalhos comunitários como treinador dos Amigos, um time amador composto por pessoas com deficiência intelectual.

Neste trabalho, Marcus precisa ensinar o esporte, mas acaba aprendendo a ser mais humano.

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Típico filme que faz o espectador se sentir bem. Tem seus problemas, às vezes ficando na tênue linha do mal-gosto com algumas piadas, mas é importante ver na tela grande pessoas que são muitas vezes esquecidas pelo cinema.

Fora que o trabalho de preparação de atores com os Amigos é ótimo.

Já para quem quer uma aventura para assistir em casa, chega nas plataformas de streaming para aluguel e compra (Apple TV, Google Play, YouTube, Claro tv+ e Loja Prime Video) a animação Super Mario Bros.: O Filme.

A produção é uma verdadeira colagem dos melhores games e fases dos jogos do Mario. E o melhor: consegue criar uma história que faz sentido a partir de coisas tão diferentes.

Divertido, vai encantar diversas gerações. Perfeito para as crianças de todas as idades.

Desenhos animados para assistir online

Para não deixar ninguém frustrado com A Pequena Sereia, “O Que Tem Pra Assistir?” traz uma lista de filmes animados ao estilo clássico, aquele do acetato.

Tem de tudo nas dicas: desde A Branca de Neve e os Sete Anões a Mulan, passando pelo brasileiro O Menino e o Mundo (indicado ao Oscar!) e as obras-primas japonesas do Studio Ghibli.

A seguir você encontra a lista de indicações, incluindo onde assistir no streaming:

• Branca de Neve os Sete Anões (Disney+)
• Planeta Fantástico (MUBI)
• A Bela e a Fera (Disney+)
• O Rei Leão (Disney+)
• Anastasia (Disney+)
• Mulan (Disney+)
• O Menino e o Mundo (aluguel e compra em Google Play, YouTube Filmes e Apple TV)
• Com Amor, Van Gogh (Prime Video)
• A Viagem de Chihiro (Netflix)
• O Conto da Princesa Kaguya (Netflix)

A disponibilidade dos filmes online e nos cinemas é referente ao mês de maio de 2023. Distribuidores e plataformas podem mudar essas opções sem prévio aviso.
Ouça a versão completa!

Esse é apenas um gostinho de “O Que Tem Pra Assistir?”. Na versão em áudio e vídeo você encontra uma análise mais profunda de A Pequena Sereia e das outras estreias, além de informações completas das dicas dos longas animados.

O programa traz semanalmente sugestões de filmes para ver nos cinemas e nas plataformas de streaming - de lançamentos aos clássicos. Para conferir, dê o play no vídeo da abertura da nota, clique aqui para ouvir no Spotify ou aqui para outras plataformas de áudio. Você também pode se inscrever no canal do YouTube.