“A gente fez shows juntos, quando eu era bem novo. Fui para a Bahia com ela, fui para o Festival de Nova Jerusalém. Eu abria o show dela, e a gente cantava duas músicas juntos. Nessa época, éramos muito juntos. Adoro a Gal.”
Publicado em 02/08/2022 às 05:37:00,
atualizado em 02/08/2022 às 07:56:45
“Ai! Abre coração/ Vem me fazer feliz…” foram alguns dos versos mais entoados no Brasil na década de 1980. A música colocou o cantor Marcelo Costa Santos – conhecido na época apenas como Marcelo – no topo das paradas e o fez marcar presença com frequência nos programas de TV. Quatro décadas depois, aos 67 anos, ele segue na ativa e explica o sumiço da mídia nesta entrevista ao NaTelinha.
“Abre Coração foi uma música que alcançou uma amplitude muito grande, um sucesso popular que eu ainda não tinha experimentado. Estourou em todos os níveis, no Brasil inteiro”, recorda Marcelo. A letra foi uma parceria com o baterista britânico Jim Capaldi (1944-2005), da banda Traffic. Por conta dessa amizade, o carioca pôde passar um tempo na Inglaterra, onde conheceu, nos anos 1990, o beatle George Harrison (1943-2001).
Marcelo lembra que, até o ano de 1981, já tinha lançado outras músicas de sucesso, como Tempo de Estio, mas nenhuma com tanto apelo nas rádios. Já Fogo, Luz e Paixão foi uma gravação em que fez dueto com Gal Costa. Na época, meados da década de 1970, ele viveu um romance com a cantora.
“A gente fez shows juntos, quando eu era bem novo. Fui para a Bahia com ela, fui para o Festival de Nova Jerusalém. Eu abria o show dela, e a gente cantava duas músicas juntos. Nessa época, éramos muito juntos. Adoro a Gal.”
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No rastro do sucesso, Marcelo se tornou figura constante em programas como Cassino do Chacrinha, Qual é a Música, Globo de Ouro e Geração 80. “Eu ia a todos os programas mais populares. Algumas pessoas até torciam o nariz para isso, mas eu entendia que aquilo fazia parte do meu trabalho. Eu tinha que aparecer”, recorda o cantor.
Com a fama, a quantidade de fãs também cresceu. “Quando comecei a sair da Zona Sul do Rio, tive contato com um universo que até então eu desconhecia. O assédio era muito grande, jogavam coisas no palco. Em alguns lugares, era até difícil transitar. Eram verdadeiras multidões.”
Ele guarda histórias inesquecíveis, como a vez em que um grupo de fãs derrubou uma viatura que fazia sua proteção na saída de um show. Em mais de uma ocasião, seu quarto de hotel foi invadido por alguma fanática. As que tinham menos pudor chegavam a arrancar cabelos do ídolo.
“Às vezes, eu sofria uns escalpos. Quando estava com cabelão, comecei a usar aquelas boinas de rastafari, como as do Bob Marley, para me proteger, porque volta e meio uma fã saía com um cachinho meu. Era perigoso. Ainda podiam me acertar com uma tesoura, uma navalha.”
Marcelo
Naqueles anos 1980, como símbolo sexual, Marcelo recebeu propostas amorosas de famosos, encaradas com naturalidade pelo artista. “Era uma coisa que acontecia direto, o tempo todo. Hoje, fala-se muito em liberdade, mas naquela época não existia tanto rótulo, não pensávamos a respeito disso. A gente se entregava e não tinha muito problema. Éramos mais livres para fazer o que queríamos.”
“As revistas também me arrumavam namoradas também que não eram verdade”, recorda. Comprometido naquela época, Marcelo afirma que “já passou por alguns casamentos”. E brinca: “Não sou fácil aturar, não (risos)”. Hoje, ele namora Lucimeire, com quem vive no Rio de Janeiro, e tem três filhos.
Sua saída dos holofotes ocorreu após a mudança de gravadora e outros rumos que optou seguir para sua carreira. “Eu não estava muito satisfeito com o caminho que estava tomando. Quis fazer coisas que talvez não fossem o que pretendiam de mim. Não foi uma opção, do tipo ‘quero dar um tempo’. Houve um desejo de dar uma reciclada, mas tudo fez parte de um movimento natural.”
As redes sociais têm sido espaço para Marcelo relembrar os velhos tempos. Uma das memórias compartilhadas pelo artista mais recentemente no Instagram (@cantormarcelo_oficial) vem de antes da fama como cantor: a estreia no cinema no filme Minha Namorada (1970). “A primeira cena que gravei, sem nenhuma experiência, foi justamente com dois ícones: Fernanda Montenegro e Jorge Dória”, recorda.
Em seguida, ele fez A Viúva Virgem (1972) e O Pica-Pau Amarelo (1973), mas abandonou a carreira de ator. “Comecei a filtrar os convites porque a música já estava tomando corpo na minha vida, e então parei com o cinema. Gostaria de ter feito mais filmes, sou cinéfilo. Quem sabe ainda não aparece alguma coisa.”
Marcelo ressalta que nunca largou a carreira de cantor. Em breve, ele pretende lançar de forma independente três novas músicas nas plataformas digitais, e também segue com shows pelo Brasil. “Estou aí, se me chamarem eu apareço. Sempre toco em teatros menores, clubes e festas, em formato violão e voz. Onde chamar, estou fazendo.”
“A gente não sai [da mídia] porque quer, mas não tenho grandes problemas quanto a isso. É claro que quero estar trabalhando sempre mais, e estar na mídia ajuda, mas não tenho essa sede. Na minha época, não existia essa sanha de ser celebridade. O que minha geração queria era mudar o mundo.”
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