Publicado em 21/11/2021 às 06:34:01
Luiza Ambiel, eterna musa da Banheira do Gugu recorda que o apresentador do Domingo Legal era louco por audiência. Antes de fazer parte do quadro que elevava o Ibope do SBT, e fazia muitas vezes a emissora passar a Globo no início dos anos 90, ela lembra que entrou para o programa depois que foi levada pela sua agência de modelo para a plateia e foi sorteada para participar do "Sonho Maluco". "Fui lá toda intensa e quase derrubei ele. Aí depois disso o Gugu falou com a produção para me colocar para fazer figuração", conta.
Este domingo (21) completa dois anos da morte de Gugu Liberato após sofrer um acidente doméstico em sua casa em Orlando, nos Estados Unidos e Ambiel lembra histórias e curiosidades dos bastidores do Domingo Legal, apresentado por Gugu de 1993 até 2009.
"Ele era viciado nesta coisa de Ibope, sempre muito focado, mas era uma pessoa de falar pouco nos bastidores e observar mais. Isso foi uma coisa que aprendi com ele. Mas ele conversava, me dava toques. Fiz o Táxi do Gugu com ele, fiz o Corpo Pintado antes da Banheira. Ele que me ajudou, brincava no SBT dizendo que eu era cria dele. O Gugu me deu força, me tirou de algumas frias, é uma pessoa que sou eternamente grata".
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Na Banheira do Gugu, não foram poucas as vezes que Luiza "pagou peitinho" para o Brasil, já que ela ficava focada em impedir que os homens pegassem sabonetes na água, coisas "comuns" na TV aberta nos anos 90. Vez ou outra, o sutiã saía do lugar.
"Acontecia de sair do lugar, mas eu automaticamente abaixava e já guardava os peitos. O Gugu gostava do bumbum lá em cima, porque ele sempre falava que eu fazia com classe, era um tempo tão legal, se fosse hoje, imagina?", avalia.
Quando o biquíni saia do lugar, Ambiel admite que ficava incomodada, e principalmente quando algum participante tentava se aproveitar da situação.
"Eu recebia muitas cantadas, os caras chegavam ali e achavam que eu era um pedaço de carne. Desde aquela época eu tinha que me impor, então eu era vista como barraqueira, hoje não, né, empoderada. Os caras achavam que porque eu estava ali de biquíni, eles podiam passar a mão em mim. O Gugu sempre ficou do meu lado nas brigas e chegou um ponto quando a pessoa ia para banheira comigo, ele falava "cuidado", "respeito", "ela vai brigar mesmo". Depois peguei fama de brava mesmo e os caras partiam para a porrada".
O quadro, segundo Luiza, era "uma bagunça organizada".
"Você tinha que saber que estava na televisão, o pessoal de casa queria ver show, alegria, sensualidade, mas você tinha que estar sabendo o que estava fazendo ali".
Luiza disse que foi chamada para fazer um teste para ser a Musa do Banheira com mais 20 meninas, que aconteceria numa quarta-feira. Mas no domingo anterior, ao vivo, Gugu pediu para fazerem o "teste com a comprida" ao vivo, que era como ele chamava Ambiel.
"O teste comigo foi ao vivo, fiquei apavorada, ninguém sabia exatamente o que ia fazer, alguém no dia falou "Luiza, afoga o cara". Eu falei "tá bom". Deu Ibope, o Gugu gostou, cancelou o teste, eu fiquei e as meninas queriam me matar".
Antes de se tornar a musa da Banheira, Luiza lembra que participava do Corpo Pintado, no qual três mulheres concorriam para ver qual tinha mais bela pintura corporal.
"Sempre fui muito desinibida na hora de trabalhar, eu vinha ganhando direto o Corpo Pintado, aí eu comecei a pintar meu rosto e mudar meu nome e cidade a cada domingo. Eu achava que estava abafando até o dia que vi que o Gugu o tempo todo sabia que era eu e também passava pano para mim e me deixava ficar porque ele sabia que eu saia de Indaiatuba e dava um rolezão para chegar lá".
Apesar do enorme sucesso na época que garantiu capa da Playboy, ela admite que foi a fase que ganhou mais dinheiro, mas não deu para ficar rica.
"Tinha até enriquecido se eu não tivesse ajudado muita gente. Mas consegui alcançar meu objetivo que era ter uma casa, uma vida decente, um carro. Ainda trabalho muito, mas foi uma época que me ajudou muito, mas tive empresários que me passou a perna, que me roubou. Mas para quem não tinha nada, hoje graças a Deus estou bem, administro as minhas coisas", explica.
"Quando pequena passei muita fome e antes de ir trabalhar na TV, lembro que eu tinha três shorts que comprei em promoção. Na hora que lavei, eles entortaram, tinha uma sandália vermelha, umas blusinhas, uma calça, eu contava o que tinha. Não posso ser injusta, agradeço muito. Meu sonho era ter um casa, poder comer bem".
A morte repentina de Gugu Liberato deixou para Luiza a lição de que deve aproveitar a vida com intensidade.
"Ele foi sem ninguém esperar, uma tragédia, como essa também que a gente recebi da Marília Mendonça. Ele deixou muita alegria, profissionalismo, as qualidades superam os defeitos".
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