Publicado em 01/07/2022 às 04:00:00,
atualizado em 01/07/2022 às 10:14:17
Quando anunciou que deixaria o Jornal Nacional para um projeto solo, Fátima Bernardes estava disposta a lavar a alma e migrar para o entretenimento. E a promessa foi levada tão a sério, que a renomada jornalista, um dos rostos mais conhecidos do país no quesito credibilidade, optou por se transformar na Adriane Galisteu da Globo ao invés de investir no que todo mundo imaginou: ser a Oprah brasileira.
Os 10 anos de Encontro teve de tudo e momentos icônicos, com direito até a apresentadora dançando funk com Anitta ou caindo estatelada no chão. Tiago Leifert deve ter chorado sangue ao ver que a então colega de emissora fugiu mais rápido da roupa do jornalismo e se transformou na rainha do entretenimento. Tudo muito competente com audiência, qualidade e faturamento nas alturas, não fosse por um problema sério: ela fugiu do DNA.
Enquanto o telespectador esperava que a qualquer momento Fátima apareceria no programa perguntando quantos feijões têm na lata ou pedindo para o público atender o telefone e não dizer alô, mas dizer "Como vai, Fátima Bernardes?", as expectativas em torno do Encontro foram se frustrando ano após ano, com tantas reformulações e mudanças no elenco de apoio da produção.
Ao se pensar no que prometeu Fátima Bernardes na famigerada coletiva em que anunciou estar deixando o JN e o jornalismo, ela cumpriu à risca. Atualmente ninguém pensa nela como aquela jornalista séria que venceu tantos prêmios ou mesmo responsável por sabatinas icônicas a candidatos à presidência. A apresentadora poderia ser mais cogitada no Caldeirão ao Jornal da Globo numa casa de apostas imaginárias de 2022.
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O problema é que, embora todas com competência, o Brasil tem inúmeras Adriane Galisteu. A própria Globo tem Ana Maria Braga, que brilha como poucas na televisão brasileiro quando é para se pensar em entretenimento que alcance as donas de casa. Além de matar a vontade de Fátima de experimentar e encher os cofres da empresa de dinheiro, para que serviu, efetivamente, o Encontro? Do ponto de vista artístico: nada. O nome bem que poderia ter sido Charme, com Fátima Bernardes.
O que dela se esperava era um entretenimento leve, divertido, mas com um viés jornalístico em que a apresentadora tanto tentou fugir. Entrevistas com políticos, celebridades, viagens, tudo em primeira mão, poderia dar um DNA diferente para o programa. Nas poucas vezes em que Fátima não tentou fugir do que é, jornalista, o Encontro ficou muito mais interessante.
Valeu a pena a transição de Fátima Bernardes para o entretenimento? Para ela, certamente. Para a Globo, mais ainda. Mas para o telespectador, ficou um gostinho de uma nova Adriane Galisteu, quando a gente queria mesmo, uma nova Oprah. Agora, resta aguardar e ver como ela se sairá no comando do The Voice Brasil.
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