Publicado em 01/09/2019 às 06:30:20,
atualizado em 10/10/2022 às 09:49:28
"O Jornal Nacional da Rede Globo, um serviço de notícias integrando o Brasil novo, inaugura-se neste momento: imagem e som de todo o Brasil".
Foi com essa frase que o apresentador Hilton Gomes abriu, às 19h45 de 1º de setembro de 1969, há exatos 50 anos, a primeira edição do "Jornal Nacional". Cid Moreira ainda anunciara: "Dentro de instantes, para vocês, a grande escalada nacional de notícias".
Colocado no ar para concorrer com o "Repórter Esso", da extinta TV Tupi, o "JN" foi o ponto de partida de um projeto que pretendia transformar a Globo no canal número 1 do Brasil.
O modus operandi então complexo, integrava o Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Curitiba numa rede que era só possível com um sistema de micro-ondas.
O então novato "Jornal Nacional" tinha a dura missão de fazer os cariocas mudarem seus hábitos. Afinal, o "Repórter Esso" era o número um, mas a emissora não soube conservar a audiência cativa e ignorou a estreia do telejornal da Globo.
Pouco tempo depois, o "Jornal Nacional" já fazia jus ao prestígio que tinha. Em pouco tempo, estava entre os 10 programas mais assistidos segundo o Ibope através de uma rede formado por 13 emissoras.
Sob o comando geral de Armando Nogueira, diretor da Central Globo de Jornalismo, o "JN" se tornou referência e alçou a posição de telejornal mais visto e importante do país não por acaso.
Uma das características presentes no "JN" é a falta de profundidade em suas matérias. Não que elas sejam rasas, mas a prioridade é não perder tempo em prolongamentos que possam prejudicar o curso de um telejornal em horário nobre, visto por milhões de pessoas.
Milhões de pessoas essas que chegam cansadas do trabalho, repletas de preocupações e preferem uma superficialidade maior. A tarefa de um tom mais analítico e profundo compete ao "Jornal da Globo", por exemplo.
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O "Jornal Nacional" se adaptou aos tempos. Nesses 50 anos, embora tenha ficado mais light, ele apenas acompanhou a sociedade. Puro reflexo.
Sua estrutura jamais foi mexida de verdade. É um jornal de notícias, sem adjetivos.
Um fenômeno que começou espremido entre duas novelas e até hoje é assim, lhe garante os benefícios que muitos apelidavam de "audiência inercial".
Alguns, querendo ou não, colocam no jornal apenas para esperar a novela, mas é fato também que o "JN" se impôs, ganhando luz e audiência própria.
O primeiro jornal em rede nacional impôs uma grande revolução nos conceitos de telejornalismo e virou referência. Afinal, foi o primeiro a investir pesado em infraestrutura técnica e ousou em mudar a linguagem para um texto mais curto e notícias enxutas.
O "Jornal Nacional" ganhou pluralidade porque os tempos mudaram, mas perdeu relevância e deixou de ser a única, ou uma das únicas fontes de informação pela proliferação que tivemos nesses anos no âmbito tecnológico e surgimentos de novos canais com a temática jornalística.
Ele conseguiu conciliar ao longo desses 50 anos informação com naturalidade de um modo geral. Agora, reforçando: está mais light.
O que era impensável já acontece. Quem imaginou William Bonner em pé, caminhando pelo cenário? Um detalhe até então incansável.
O "JN", no seu 50º aniversário, tem que ser parabenizado pela realização em continuar sua missão de informar com um produto plasticamente perfeito.
A objetividade da notícia, filosofia de anos, não foi perdida.
Falem bem ou falem mal, o brasileiro inegavelmente ainda assiste ao "Jornal Nacional".
Thiago Forato é jornalista e escreve diariamente para o NaTelinha. Assina a coluna Enfoque NT desde 2011. Converse com ele pelo e-mail thiagoforato@natelinha.com.br ou no Twitter, @tforatto
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