Mudanças na cidade maravilhosa

Queda do nº 1 da Record Rio gera choro e alerta de efeito dominó para ‘intocáveis’

O ano de 2024 marca uma nova era para a afiliada carioca da Record

Com o bispo Fábio Tucilho Record Rio passar por mudanças internas - Foto: Montagem/NaTelinha
Por Sandro Nascimento

Publicado em 25/02/2024 às 08:01:00,
atualizado em 25/02/2024 às 08:06:07

A demissão de Paulo Luzio, considerado o número 1 nos últimos 19 anos da Record Rio, pegou a emissora de surpresa na última terça-feira (20). Ele ocupava o cargo de vice-presidente, mas nos bastidores, era quem dava a palavra final para todos os assuntos operacionais e administrativos da filial carioca. Internamente, sua saída gerou uma tensão já que pode desencadear um efeito dominó para os “intocáveis” do antigo executivo.

A posição de Paulo Luzio na Record do Rio de Janeiro começou a perder força desde novembro de 2022, quando o alto escalão da emissora trouxe o bispo Fábio Tucilho, da Record Itapuan, para comandar a filial carioca. Tucilho assumiu o lugar de Fabiano Freitas, que ocupava o cargo de presidente e foi transferido para liderar a operação da TV em Goiânia.

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Conforme informações obtidas de fontes, Paulo Luzio e Fábio Tucilho estariam divergindo em diversos assuntos. Embora a maioria dos funcionários tenha sido surpreendida pelo desligamento de Luzio, para alguns profissionais selecionados, essa saída já era esperada. A reportagem apurou que no fim de 2023, o antigo vice-presidente havia comunicado a alguns funcionários de confiança que sairia no prazo máximo de um ano.

Nesta nova era da Record Rio, os cargos de presidente e vice-presidente foram extintos. Agora, o bispo Fábio Tuculho é o diretor geral.

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Nos bastidores do Canal 13 do Rio, o dia em que foi anunciada a saída do antigo executivo que comandava a emissora desde fevereiro de 2015 foi marcado por choro e apreensão. A reportagem ouviu diversos relatos de que o desligamento de Paulo Luzio terá consequências também em outros departamentos. A percepção é que os funcionários que eram de confiança dele ou que foram admitidos em sua gestão também sejam demitidos.

Por outro lado, na Record Rio, há uma corrente que associa a demissão de Paulo Luzio a um enxugamento de despesas financeiras e não por seu enfraquecimento no cargo. A emissora tem promovido cortes em diversas praças com o objetivo de equilibrar seus gastos fixos em relação ao faturamento. A intenção seria atingir cargos com altos salários.

O Grupo Record encerrou o ano de 2022 com um prejuízo de mais de meio bilhão de reais. De acordo com o balanço publicado, a Rádio e Televisão Record S/A apresentou um resultado líquido negativo de R$ 547,9 milhões. Essa foi a primeira vez que a operação da emissora de Edir Macedo registrou prejuízo nos últimos três anos. Em 2021, obteve lucro de R$ 130,503 milhões; em 2020, foi de R$ 143,678 milhões; e em 2019, o lucro foi de R$ 50,4 milhões.

O balanço referente a 2023 ainda não foi divulgado, mas segundo fontes, os números também não serão animadores.

Outras demissões na Record 

Conforme adiantado pelo site Audiência Carioca, após a demissão de Paulo Luzio, foram desligados da filial carioca a diretora de Recursos Humanos, Márcia Fernandes, que estava no Grupo Record há 22 anos, e o diretor financeiro, André Cerqueira, que trabalhava na emissora desde 2012.

Em carta aberta em suas redes sociais, Márcia Fernandes agradeceu ao Grupo Record pelo período que liderou o departamento de RH da emissora: “Gostaria de expressar minha gratidão sincera por todo o apoio e oportunidades que recebi durante meu período no Grupo. Embora estejamos encerrando nossa relação profissional, estou extremamente grata pelas experiências, conhecimentos e crescimento pessoal e profissional que adquiri em todas as frentes que trabalhei.Embora seja difícil lidar com um desligamento, compreendo que são decisões tomadas com base em necessidades e circunstâncias específicas”.

Procurada, a Record Rio informou que não comenta sobre demissões.

 

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