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Claro revoluciona TV paga com streaming e reverte queda de assinantes; "Substituição tecnológica", diz diretor

Ao NaTelinha, Alessandro Maluf, diretor de produto vídeo da Claro, faz uma balanço do mercado PayTV em 2023

Alessandro Maluf é diretor da Claro TV - Foto: Montagem/NaTelinha
Por Sandro Nascimento

Publicado em 18/12/2023 às 06:00:00,
atualizado em 18/12/2023 às 06:35:22

A Claro TV está revisando seu modelo de negócio na TV por assinatura e tem conseguido aumentar o número de assinantes com um aplicativo de streaming e sua caixa box. Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, Alessandro Maluf, diretor de produto vídeo da Claro, revela que o serviço se tornou carro-chefe e já se aproxima de 20% do total da base, afasta o pessimismo do mercado e diz que o payTV está em evolução.

“Eu faço um balanço positivo (de 2023) e otimista. Acho que o mercado acaba dando uma conotação negativa para uma palavra chamada TV por assinatura. A gente tem que ressignificar o que é essa TV por assinatura”, destaca Maluf.

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O diretor explica que a base de assinantes da TV paga que acaba sendo referência no mercado é a regulada pela Anatel, que são os SeAC (Serviço de Acesso Condicionado), onde as operadoras prestam conta há cerca de 30 anos.

“Só que o mundo mudou. Eu vou te fazer uma pergunta: ‘quando você compra a Netflix não é uma TV? Você não está assistindo TV? É uma assinatura. Essa é a nova TV para assinatura”, acrescenta Alessandro Maluf.

Segundo o último relatório da Anatel, referente ao mês de outubro de 2023, o Brasil tem 12,1 milhões de assinantes de TV paga, dos quais 1,3 milhão eram de acessos livres via satélite. A Claro lidera o mercado com 5,49 milhões de assinaturas, seguida pela Sky, com 3,4 milhões de clientes. A Oi TV ocupava o terceiro lugar com 1,8 milhão de assinantes e a Vivo TV o quarto, com 853,5 mil.

“Nossos serviços de canais lineares, os canais que estão há 30 anos no mercado, também modernizaram a entrega. Nós oferecemos todos esses canais por streaming, em um aplicativo. E isso também é uma TV por assinatura, só que tudo que nós vendemos de aplicativo ou até mesmo na nossa caixinha streaming, que é o Claro box, não está oficializado dentro da Anatel. Então, na hora que se olha com os números, a base está caindo. Não está caindo dessa forma, neste índice. O mercado está em uma substituição tecnológica”.

Alessandro Maluf - diretor de produto vídeo da Claro

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O serviço com a caixinha box tem o valor de R$ 89,90 com Alexa inclusa. Quem preferir assinar somente o aplicativo paga R$ 69,90. Todos os planos dão acesso a mais de 100 canais lineares e ao conteúdo do Globoplay. De acordo com o diretor da Claro, o produto streaming possui aproximadamente 750 mil assinantes, sendo 600 mil somente do Box Claro TV+.

Para Alessandro Maluf, a TV está mais viva do que nunca e “nunca teve tão pulsante. E quando eu digo pulsante, é pulsante para o consumidor. O mercado digital, o streaming e a tecnologia, trouxe para o consumidor a flexibilidade e opções”.

“Eu vejo isso de uma maneira muito positiva e otimista. Foi um ano em que a Claro focou muito nesse produto streaming. Ainda vendemos a TV a cabo tradicional, o DTH, só que com um volume hoje menor, e eu vou te explicar o porquê. O box é o carro-chefe. E por que ele é o nosso carro-chefe? Porque nós conseguimos melhorar a proposta de valor em um preço mais bacana, com um produto que, modéstia à parte, eu acho muito bacana. Ele reúne todos os streamings, ele tem Alexa integrada, que você não paga nada por ela, e você leva o box para onde você quiser, basta ter uma internet”.

Alessandro Maluf - diretor de produto vídeo da Claro

Com o serviço Box Claro TV, a operadora corta diversos custos, como cabos, técnico com um carro e gasolina, manutenção da rede, dentre outros. Com isso, consegue repassar essa redução de despesas para o consumidor. “Temos um bom caminho pela frente. Graças a essa evolução da tecnologia”, analisa.

“Por isso que a gente é otimista nesse negócio. Se você pensar que a Claro tem cerca de 5 milhões de assinantes, já é quase 20% da base no modelo streaming. É um motivo de comemoração. É uma evolução."

Novos contratos com programadoras e as novidades para 2024

Sem dar detalhes, por questão de confidencialidade, Alessandro Maluf também explicou que vem renegociando contratos com as programadoras. Atualmente, a Claro acabou com o pacote básico e passou a ter apenas um com todos os canais.

“Primeiro, o programador vai ter distribuição completa de todos os canais. Como é que ele ganha dinheiro com isso? Ele vai vender mais publicidade, ele vai ter mais engajamento com o conteúdo dele. O consumidor vai ficar mais feliz e vai cancelar menos. Eu vou ter menos diminuição de desconexões, porque o cliente está mais feliz”, explica.

Para Maluf, se existisse, de fato, uma deterioração da TV paga, não haveriam tanto serviço pirata, querendo a TV por assinatura sem pagar.  Ele também destaca que o avanço da tecnologia está auxiliando o combate desse crime.

Sobre novidades, o diretor conta que no início de 2024 está lançando uma nova interface para o serviço onde tem busca integrada: “Mais intuitivo e muito mais moderno. Algo na linha da Netflix”. Ele também garante  que a empresa vem investindo para acabar como famoso delay (atraso), que é mais evidente durante as partidas de futebol: "Na Copa, em alguns momentos, chegamos a zero".

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