Publicado em 20/01/2023 às 10:31:00, atualizado em 20/01/2023 às 10:31:29
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A CNN Brasil fechou 2022 com um déficit de cerca de R$ 160 milhões e o estrago financeiro fez sua diretoria cogitar o encerramento da operação no país, no fim do ano passado. Porém, várias decisões foram tomadas para tentar reverter o prejuízo e equacionar as contas em 2023. Dentre elas, a troca de comando do canal e o enxugamento das despesas fixas, como as demissões de 120 pessoas ocorridas em dezembro.
O NaTelinha apurou que o rombo milionário assustou Rubens Menin, dono da CNN Brasil, porque existia uma expectativa de R$ 30 milhões de lucro em 2022. Neste cenário, a reestruturação ocorrida no mês passado era necessária por uma questão de sobrevivência do negócio no país.
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De acordo com fontes ouvidas, com o déficit de R$ 160 milhões, o fechamento da franquia da CNN no Brasil chegou a ser debatida. Menin não se mostrou mais disposto a injetar um volume tão alto de dinheiro no terceiro ano do negócio.
Neste cenário, a direção da CNN Brasil ficou numa bifurcação: realizar cortes profundos em sua estrutura, e ainda permanecer no ar com qualidade, ou fechar a empresa. Não existia plano C.
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Internamente, os números negativos da CNN são vistos como consequência de um mercado publicitário mais retraído no ano de 2022 e erros na gestão do negócio. Em outubro, o executivo João Camargo assumiu o comando do canal no lugar de Renata Afonso, que ficou 19 meses no cargo. A ex-CEO chegou à CNN Brasil após uma trajetória 18 anos na TV Tem, afiliada da Globo no interior de São Paulo.
Ao chegar na liderança da franquia da CNN no Brasil, Camargo iniciou uma arrumação da casa. No mercado, ele é conhecido por sua história na administração exitosa de veículos de mídia.
Para cortar as despesas ao canal, decidiu-se acabar com a redação no Rio de Janeiro, que tinha uma área de mais de 400m² e contava com um estúdio de vidro com vista para pontos turísticos da cidade, demitiu em torno de 120 funcionários, dentre eles Sidney Rezende, Monalisa Perrone e Gloria Vanique, negociou a redução de 30% do aluguel de sua sede na Avenida Paulista e reduziu a quantidade de vice-presidentes.
"A CNN operava com 42% de custo administrativo. Não faz sentido o núcleo do negócio ter somente 58% do investimento. Em uma construtora a relação é de 6% em administrativo e 94% no núcleo. Espero chegar a pelo menos 85% do nosso custo investido no core, que é o jornalismo", explicou o executivo.
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“Era uma loucura, estrutura da Rede Globo. Muito grande para nosso tamanho. Chamamos os responsáveis e explicamos a situação. No caso do aluguel, mostramos que se o valor não fosse reduzido, teríamos de mudar. O valor foi reduzido, mas se não tivesse diminuído mudaríamos mesmo, não blefamos.”
João Camargo em entrevista ao UOL
No dia 1º de dezembro de 2022, época das demissões, o NaTelinha teve acesso ao comunicado interno da CNN Brasil informando das suas novas diretrizes. Confira:
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"Prezados Colaboradores,
A CNN Brasil informa que realiza, nesta quinta-feira (01/12), a reestruturação de suas operações, com dois objetivos principais: fortalecer o DNA do canal, focado em hard news, e readequar custos, ajustando a empresa ao cenário econômico do país, criando as condições para atingir o equilíbrio financeiro (breakeven) em 2023 e crescer.
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Em linha com a estratégia de fortalecimento do jornalismo, a coordenação da cobertura será concentrada em São Paulo e Brasília, duas praças que ganham relevância dado o contexto político e econômico nacional. Em decorrência dessa nova lógica, a newsroom do Rio de Janeiro será desativada, sem prejuízo à cobertura. As mudanças incluem a readequação de programas, assim como da grade. O selo CNN Soft será remodelado para 2023.
Aos colegas que deixam a empresa, manifestamos o nosso profundo respeito e gratidão. A dedicação e o trabalho de cada um foram fundamentais para a construção e consolidação da CNN Brasil.
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Decisões como essas exigem coragem, determinação e visão de futuro. As mudanças irão adequar a empresa ao novo cenário da indústria de mídia e abrirão espaço aos investimentos necessários para seguir entregando o jornalismo independente, relevante e de alta qualidade, marca registrada da CNN. Este é o nosso compromisso com todos os colaboradores, com o mercado e com os milhões de brasileiros que confiam na CNN Brasil para tomar as melhores decisões."
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